Os EUA recusaram na sexta-feira (9) o pedido do Haiti de enviar tropas ao país para garantir a segurança de sua infraestrutura, conforme relatado no sábado (10) pela agência britânica Reuters.
Mathias Pierre, ministro das Eleições e das Relações Interpartidárias do Haiti, informou que o pedido de assistência de segurança aos EUA foi feito em uma conversa entre Claude Joseph, primeiro-ministro haitiano, e Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano.
Segundo a Reuters, o escritório de Claude Joseph enviou na quarta-feira (7) à embaixada dos EUA no Haiti um pedido para que Washington enviasse tropas "a fim de apoiar a polícia nacional no restabelecimento da segurança e na proteção da infraestrutura-chave em todo o país, após o assassinato do [presidente Jovenel] Moïse".
No entanto, um alto responsável da administração de Joe Biden disse que "não havia planos de fornecer assistência militar dos EUA neste momento".
O Haiti também solicitou ajuda ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.
"Estamos numa situação em que acreditamos que a infraestrutura do país: o porto, o aeroporto e a infraestrutura energética, podem ser um alvo", disse Pierre à Reuters, acrescentando que outro objetivo é de possibilitar a realização de eleições presidenciais e legislativas, programadas para 26 de setembro.
José Luis Díaz, porta-voz do Departamento de Assuntos Políticos e de Construção da Paz da ONU, por sua vez, referiu que a missão da organização no Haiti recebeu a carta e que a estava examinando.
"O envio de tropas em qualquer circunstância seria um assunto a ser decidido pelo Conselho de Segurança", relatou ele, em referência aos 15 membros do Conselho.
Na manhã de quarta-feira (7) Jovenel Moïse, presidente do Haiti, foi assassinado em uma residência. De acordo com a polícia do país do Caribe, o ato foi perpetrado por um grupo de 28 mercenários, 26 dos quais colombianos, e dois haitianos-americanos. Os últimos se chamavam James Solages, de 35 anos, e Joseph Vincent, de 55 anos, ambos da Flórida, EUA.