Para acessar a caverna, a equipe internacional de pesquisadores da Agência Nacional dos Parques Nacionais do Gabão teve que descer de rapel através de um buraco no topo da caverna a fim de conseguir chegar até os enterramentos. Para serem colocados lá, os falecidos devem ter sido descidos ou jogados através da mesma abertura, escreve jornal Heritage Daily.
O estudo dos restos mortais identificou pelo menos 28 pessoas de ambos os sexos e de todas as faixas etárias.
Os pesquisadores descobriram também que todos os adultos tiveram seus incisivos superiores removidos em algum momento no início de sua vida.
Esta característica teria modificado significativamente a forma do rosto destas pessoas, e talvez servisse como indicador de que os indivíduos pertenciam a um certo grupo que praticava modificações do corpo ou que tinha uma posição social especial.
"Modificação dentária intencional tem uma longa história na África, mas a remoção de todos os quatro incisivos superiores é uma forma relativamente incomum. Tem sido relatado na África centro-ocidental, assim esta descoberta sugere que possa ter uma longa história e possivelmente continuidade", disse o pesquisador Sébastien Villotte da Universidade de Bordeaux.
Junto aos sepultamentos, os cientistas descobriram também centenas de objetos de ferro, como facas, machados, enxadas e joias, além de itens de cobre.
"Pode ter sido um local de sepultamento especial para indivíduos importantes e possivelmente para os que acompanhavam os mortos – serviçais sacrificados", explicou Villotte.
A equipe planeja retornar ao local e estudar essa possiblidade em mais detalhe.