'Hipocrisia e duplicidade de padrões': China condena sanções dos EUA relacionadas a Hong Kong

Além de sanções, o Departamento do Tesouro dos EUA emitiu orientações advertindo as empresas que operam na Região Administrativa Especial de Hong Kong.
Sputnik

Washington impôs sanções a sete cidadãos chineses, que foram acrescentados à lista de Cidadãos Especialmente Designados, informou o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês) do Departamento do Tesouro dos EUA em uma declaração.

São Chen Dong, He Jing, Lu Xinning, Qiu Hong, Tan Tienui, Yang Jianping e Yin Zonghua, todos vice-diretores no Escritório de Contato de Hong Kong, de acordo com suas biografias on-line.

"Os Departamentos de Estado, Comércio, Segurança Interna e Tesouro dos EUA emitiram uma orientação para destacar os riscos crescentes associados às ações empreendidas pelo governo da República Popular da China e pelo governo da Região Administrativa Especial (RAE) de Hong Kong, que poderiam afetar negativamente as empresas dos EUA que operam na RAE de Hong Kong da República Popular da China", diz a declaração.

As sanções foram introduzidas sob a chamada Lei de Autonomia de Hong Kong, adotada nos EUA no ano passado com o objetivo de "impor sanções relativamente a pessoas estrangeiras envolvidas na erosão de certas obrigações da China com respeito a Hong Kong".

China responde aos EUA

A China respondeu no final de sexta-feira (16) ao novo passo de Washington.

"As preocupações [dos EUA] com o ambiente de negócios de Hong Kong são falsas; sua tentativa de destruir a prosperidade e a estabilidade de Hong Kong, colocar em risco a segurança nacional da China e impedir o desenvolvimento da China é real", afirmou um porta-voz do comissário do Ministério das Relações Exteriores da China em Hong Kong, escreve a agência britânica Reuters.

O representante disse ainda que a Lei de Segurança Nacional da China reforçou a posição de Hong Kong como centro financeiro e comercial internacional e que as sanções e pressões dos EUA não são mais que "um desperdício de papel", e que não impedirão o crescimento da China.

Um outro porta-voz do governo de Hong Kong declarou que Washington tentou repetidamente desacreditar a legislação durante o último ano.

"A última tentativa da administração dos EUA de emitir uma 'orientação' [...] baseada em informação dramática totalmente ridícula e infundada sobre a situação em Hong Kong só serve para provar mais uma vez sua hipocrisia e duplicidade de padrões, impulsionadas pela hegemonia ideológica", afirmou, citado no sábado (17) pelo jornal Global Times.

Pequim tem protestado repetidamente contra as sanções dos EUA, qualificando-as de interferência nos assuntos internos da China.

Em 30 de junho de 2020, a China introduziu a Lei de Segurança Nacional em Hong Kong, em resposta aos grandes protestos que ocorreram na cidade desde 2019. A lei proíbe a subversão, secessão, cooperação com forças estrangeiras e ações terroristas, com cada crime acarretando uma pena de prisão perpétua.

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