Mais de 200 sintomas são reportados por quem teve COVID-19 de longa duração, mostra pesquisa

Fadiga, mal-estar após esforço físico ou mental e disfunção cognitiva estão entre os sintomas mais comuns relatados pelos pacientes que participaram do estudo publicado nesta semana.
Sputnik

Um novo estudo identificou 203 diferentes sintomas em dez sistemas de órgãos diferentes no corpo de pessoas que tiveram COVID-19 de longa duração. Os resultados foram publicados na quinta-feira (15) na revista científica EClinicalMedicine.

"Embora tenha havido muita discussão pública sobre COVID-19 de longa duração, existem poucos estudos sistemáticos que investiguem essa população […]. Consequentemente, relativamente pouco se sabe sobre sua gama de sintomas e sua progressão ao longo do tempo, a gravidade e o curso clínico esperado (longevidade), seu impacto no funcionamento diário e o retorno esperado ao estado de saúde inicial", explica em comunicado a neurocientista Athena Akrami, coautora do estudo.

Com um total de 3.762 pessoas entrevistadas de 56 países, o estudo é a maior e mais abrangente análise do gênero. Do total, 2.454 pessoas apresentaram sintomas por pelo menos seis meses.

Mais de 200 sintomas são reportados por quem teve COVID-19 de longa duração, mostra pesquisa

Os sintomas mais comumente relatados foram fadiga, mal-estar pós-esforço e disfunção cognitiva. Outros sintomas incluem alucinações visuais, tremores, disfunção sexual, perda de memória e diarreia.

"Em sete meses, muitos pacientes ainda não se recuperaram, não voltaram aos níveis anteriores de trabalho e continuam a experimentar uma carga significativa de sintomas", escrevem os pesquisadores.

Acredita-se que cerca de uma em cada dez pessoas que tiveram COVID-19 sofreu com algum sintoma da doença mais de 12 semanas após o resultado de teste positivo. Considerando a propagação da pandemia ao redor do globo, estamos potencialmente falando sobre milhões de pessoas.

"É provável que existam dezenas de milhares de pacientes de COVID-19 de longa duração sofrendo em silêncio, sem saber se seus sintomas estão ligados à doença", comenta Akrami.

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