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André Mendonça no STF seria 'inadmissível’, diz assessora sobre carta de rejeição enviada ao Senado

Entidades entregaram carta ao Senado na tentativa de boicotar a indicação do advogado-geral da União (AGU), André Mendonça, para o cargo de ministro do STF, em campanha que está sendo chamada de "Mendonça, não".
Sputnik

No total, oito entidades enviaram aos 81 senadores a carta pedindo a rejeição do indicado do presidente Jair Bolsonaro ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (19). As entidades defendem a campanha "por um STF laico e independente".

Na semana passada, a assessora do Senado, Tânia Maria de Oliveira, disse à Sputnik que havia uma preocupação acerca da indicação de Mendonça para a cadeira de ministro. Segundo ela, a presença dele seria negativa para STF, para a sociedade brasileira e para os valores constitucionais, por conta de seu explícito alinhamento ideológico ao governo de Jair Bolsonaro.

André Mendonça no STF seria 'inadmissível’, diz assessora sobre carta de rejeição enviada ao Senado
"Nossa expectativa é que o STF rejeite o nome do André Mendonça por que ele não cumpre os requisitos constitucionais para a ocupação do cargo de ministro", aponta a assessora.

Ela afirma que seria "inadmissível" a aprovação de um ministro "que use a Bíblia ao invés da Constituição nas decisões jurídicas", alertando sobre o fato de Mendonça já ter feito uso da tática perante o STF para defender a abertura de templos religiosos em meio à pandemia da COVID-19.

A assessora alerta ainda que Mendonça costuma usar os cargos públicos que ocupa em favor de pessoas ou de pautas que são inconstitucionais e antirrepublicanas, referindo casos em que o indicado de Bolsonaro teria perseguido adversários do atual governo durante o tempo que ocupou o Ministério da Justiça.

Para os juristas, a indicação de Mendonça ao STF representa um retrocesso nos pilares da Justiça brasileira e da democracia. Nas redes sociais, o pedido é de que as pessoas compartilhem o vídeo da campanha com a hashtag #MendonçaNão.

Fazem parte da campanha: Coletivo por um Ministério Público Transformador (Coletivo Transforma MP), a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), a Associação de Juízes para a Democracia (AJD), a Associação Advogadas e Advogados Públicas para a Democracia (APD), a Associação de Advogados e Advogadas pela Democracia, a Justiça e Cidadania (ADJC), o Coletivo Defensoras e Defensores Públicos pela Democracia, o Instituto de Pesquisa e Estudos Avançados da Magistratura e do Ministério Público do Trabalho (IPEATRA) e o Movimento Policiais Antifascismo.

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