Conselheira de Biden trabalhou para NSO Group israelense criadora do spyware Pegasus, diz jornalista

This Thursday, Aug. 25, 2016 file photo shows the logo of the Israeli NSO Group company on a building where they had offices in Herzliya, Israel.
Apesar de dizer recentemente que abandonaria a atual administração norte-americana "muito em breve", Anita Dunn foi implicada no escândalo de spyware Pegasus por um jornalista do The New York Times.
Sputnik

A empresa israelense NSO Group, que teria criado o software de hacking Pegasus, usado por governos de todo o mundo para espionagem de jornalistas, políticos e vários ativistas, contratou a empresa de Anita Dunn, conselheira de Joe Biden, afirmou no domingo (18) Kenneth P. Vogel, jornalista do The New York Times.

A empresa israelense NSO Group estava por trás do spyware usado para hackear jornalistas e ativistas de direitos humanos, revela uma investigação do The Washington Post.

Não incluído na história:

O NSO Group pagou à SKDK (empresa de Anita Dunn, assessora de Biden) por consultas até o final de 2019.

Anita Dunn é sócia fundadora da empresa de consultoria política SKDKnickerbocker, segundo o portal da empresa. A página afirma que a consultora, que também trabalhou anteriormente como estrategista-chefe do ex-presidente norte-americano Barack Obama (2009-2017), está atualmente de licença da SKDK, mas espera-se que volte à empresa em breve.

O NSO Group contratou a SKDKnickerbocker na primavera de 2019 para ajudar a impulsionar sua imagem e relações públicas, relataram na época a revista Fast Company e o portal The Intercept.

Ligação ao jornalista assassinado Khashoggi?

No domingo (18) 17 grandes veículos de imprensa internacionais publicaram uma investigação, chamada Projeto Pegasus, em que apontaram o NSO Group como o responsável por criar o software de hacking que permitiu espionar mais de 1.000 pessoas em mais de 50 países, particularmente jornalistas, ativistas e políticos.

Um dos alegados alvos era o jornalista saudita Jamal Khashoggi, que trabalhava para o jornal The Washington Post, assassinado em 2018 no consulado saudita em Istambul, Turquia. Segundo a inteligência dos EUA, a morte de Khashoggi teria sido ordenada pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, acusação que foi negada por Riad.

Em 2018, o dissidente saudita Omar Abdulaziz, que era próximo a Khashoggi, entrou com uma ação judicial contra o NSO, alegando que a empresa ajudou a espioná-lo através de seu celular antes de ser assassinado. O processo também acusava Israel na época de vender o spyware da empresa a governos estrangeiros. No final de 2020, um juiz de Israel recusou-se a arquivar o caso, enquanto Abdulaziz continuou exigindo 600.000 shekels (R$ 930.315,31) de danos provocados pela empresa.

No início de julho, Anita Dunn disse ao jornal Politico que estava planejando deixar a administração Biden "muito em breve".

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