Nesta segunda-feira (19), o primeiro-ministro interino do Haiti, Claude Joseph, declarou ao The Washington Post que deixará o cargo.
Joseph será substituído por Ariel Henry, que foi nomeado primeiro-ministro interino por Jovenel Moïse dois dias antes de seu assassinato, mas com a tragédia de sua morte, não houve tempo para que Henry fosse empossado.
Ariel Henry tem 71 anos e é neurocirurgião. Claude Joseph foi ministro das Relações Exteriores de Moïse e também atuava como primeiro-ministro interino antes da nomeação de Henry.
Entretanto, Joseph contou à mídia que os dois haviam se encontrado em particular na semana passada em uma tentativa de resolver a disputa pela liderança, e que ele finalmente concordou no domingo (18) em renunciar "para o bem da nação".
"Todo mundo que me conhece sabe que não estou interessado nesta batalha, ou em qualquer tipo de tomada de poder. O presidente era um amigo meu. Estou apenas interessado em ver justiça para ele", disse Joseph ao jornal.
A decisão de Joseph finaliza a batalha entre os dois pelo cargo, já que Henry tem apoio da comunidade internacional e Joseph tem apoio doméstico, da nação.
O neurocirurgião chegou a acusar Joseph de estar tentando encenar um "golpe" contra sua reivindicação à liderança interina, e afirmou que o mesmo usaria "alavancagem" não especificada para obter o controle do Haiti.
Contudo, não ficou claro quando o ainda primeiro-ministro deixará o cargo, mesmo que Claude Joseph tenha declarado que "estou disposto a fazer a transferência de poder o mais rápido possível", segundo a mídia.
Jovenel Moïse foi assassinado no dia 7 de julho, quando um grupo de pessoas não identificadas atacaram a residência privada do presidente, que foi baleado mortalmente. Apesar dos tiros, Claude Joseph declarou posteriormente que Moïse "foi torturado até a morte por mercenários".
No curso das investigações, de acordo com a polícia haitiana, foi descoberto que o ato foi perpetrado por um grupo de 28 mercenários, dos quais 26 eram colombianos e dois haitianos-americanos.