Como resultado da retirada precipitada das tropas dos EUA do país, as províncias do norte do Afeganistão estão rapidamente se transformando em uma área de combates. O Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países), bem como outros grupos similares, já controlam quase toda a região fronteiriça.
"Como resultado da retirada precipitada das tropas dos EUA e de diversos países da OTAN do Afeganistão, as províncias do norte, que antes eram relativamente tranquilas, estão se transformando em uma área de combates rapidamente. O Talibã controla quase toda a fronteira com o Tadjiquistão. Diversas organizações terroristas internacionais, particularmente o Estado Islâmico, estão fortalecendo suas posições", afirmou Andrei Rudenko, vice-ministro do MRE russo.
De acordo com Rudenko, combatentes terroristas estrangeiros oriundos das zonas de guerra do Oriente Médio e do Norte da África estão se concentrando no Afeganistão.
"O processo de recrutamento da população da Ásia Central para integrar estas organizações está em curso. A produção de drogas atingiu níveis recordes", observou.
O diplomata russo também falou sobre a ameaça que a degradação da situação no Afeganistão representa para a Ásia Central.
"Compartilhamos as preocupações de nossos vizinhos da região. A importância de um trabalho conjunto coordenado para reduzir o impacto negativo destes riscos na segurança de nossos países foi assinalada, em particular, na quarta reunião dos ministros das Relações Exteriores da Rússia e dos países da Ásia Central em Tashkent, em 16 de julho, e na Declaração Conjunta adotada após a reunião", afirmou Rudenko.
À medida que as tropas dos EUA e de outros países-membros da coalizão liderada pela OTAN continuam sua retirada do Afeganistão, onde estiveram presentes ao longo de duas décadas, os talibãs seguem conquistando o território em sua ofensiva contra as forças governamentais.
Os mujahideen afirmaram controlar 85% do território do Afeganistão, apesar de as autoridades do país negarem.
O presidente dos EUA, Joe Biden, reconheceu em julho que, no aspecto militar, os talibãs estão em seu momento mais forte desde 2001, e anunciou que a retirada das tropas norte-americanas, que começou em maio, será concluída até 31 de agosto, 11 dias antes da data limite prevista inicialmente.