Analista russo explica por que 'dias dourados' do dólar estão contados

O dólar aparece cada vez menos nas transações comerciais entre os países: muitos preferem realizar intercâmbios em suas próprias moedas, segundo o analista financeiro russo Mikhail Kogan.
Sputnik

Antes, a moeda norte-americana não tinha praticamente nenhum rival, mas a situação está mudando.

"Há que ter em conta que o surgimento do euro e o progressivo fortalecimento do yuan como segunda ou terceira moeda mundial nas reservas internacionais viraram acontecimentos que afetaram seriamente a posição dominante do dólar."

O analista prevê que a zona do euro e a China podem destronar o dólar dos EUA do primeiro lugar no volume de negócios mundial nos próximos 50 anos.

Um exemplo notável é a guerra comercial dos EUA com a China e Europa, que em 2017 enfraqueceu as taxas de euro e yuan em 20% em relação ao dólar.

Isso aponta diretamente, acredita o especialista, que os Estados Unidos sentem uma ameaça de outros países e tentam fazer o máximo possível para estender o prazo de seu domínio.

Mais uma confirmação desse fato é o crescimento do dólar em relação a outras moedas nos períodos de crise, já que os investidores e comerciantes "procuram um porto seguro" no dólar e nos títulos do governo americano.

"Mesmo assim, vale a pena aceitar o fato que o domínio de um só Estado na arena financeira mundial não poderá durar para sempre e, provavelmente, nas próximas décadas o yuan se tornará a principal moeda global: muitos países veem nele uma alternativa digna à moeda norte-americana", concluiu o analista.
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