Para a realização do estudo, foram coletadas secreções da nasofaringe de 58 pacientes entre abril e setembro de 2020, no Centro Médico da Universidade do Mississipi (UMMC, na sigla em inglês), dos quais 35 estavam infectados com o SARS-CoV-2. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Cell.
Utilizando as normas de classificação de severidade da COVID-19 da Organização Mundial de Saúde (OMS), os cientistas dividiram os pacientes em grupos com base no nível máximo de suporte respiratório necessário.
De todas as amostras de COVID-19 e amostras-controle, os especialistas coletaram 32.871 genes entre 32.588 células, anotando 18 conjuntos correspondentes a diferentes tipos de identidade imune e epitelial.
Os autores do estudo descobriram que as células epiteliais do nariz e da garganta sofrem grandes alterações quando infectadas pelo SARS-CoV-2. Por exemplo, em pacientes com gravidade leve e moderada da COVID-19, os genes responsáveis pela resposta antiviral, especialmente aqueles estimulados pelo interferon tipo I, foram ativados nessas células.
Em pessoas com doença grave, a resposta antiviral foi reduzida por causa da fraca reação das células ao interferon. Nesses casos, suas secreções mostraram um excesso de macrófagos e outras células imunes, que reforçam as respostas inflamatórias. De acordo com um dos pesquisadores, José Ordovas-Montañez, uma resposta enfraquecida ao interferon, que ajuda a regular a atividade do sistema imune, torna as pessoas mais suscetíveis tanto aos coronavírus quanto a outras infecções.
Deste modo, os cientistas procuram agora entender as causas desta reação, bem como perceber se o problema poderá ser combatido por sprays ou gotas nasais.