Ontem (23), o presidente Jair Bolsonaro confirmou que o cargo de chefe da Casa Civil passaria a ser ocupado pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), entretanto, ao fazer tal movimento, Bolsonaro tira seu fiel amigo, general Luiz Eduardo Ramos.
Para sustentar tamanha mudança, o presidente teria justificado a troca dizendo que "preciso salvar o governo", segundo o UOL.
Senador e presidente do Partido Progressistas (PP), Nogueira é um dos maiores do centrão, bloco de legendas que hoje dá sustentação política ao presidente, e assumirá a Casa Civil com a missão de melhorar a articulação política do Palácio do Planalto e afastar ainda mais as ameaças de impeachment.
No passado, presidentes que não estabeleceram uma dinâmica próxima às legendas do centrão acabaram sofrendo processo de impeachment, como foi o caso do hoje senador Fernando Collor de Mello (Pros-AL) e Dilma Rousseff (PT).
Bolsonaro causou "decepção total" na ala militar ao tirar o general do cargo, de acordo com o blog de Bela Megale em O Globo. Ramos disse que está "em choque", apesar de ter afirmado que nada mudará entre ele e o presidente.
"Eu não sabia, estou em choque. Fui atropelado por um trem, mas passo bem", disse o general.
Bolsonaro enfrenta uma série de questões que enfraqueceram o seu polêmico governo: CPI da Covid no Senado, quase 600 mil mortes pela pandemia; acusações de corrupção no Ministério da Saúde, 127 pedidos de abertura de processo de impeachment na Câmara e alto índice de reprovação popular.