O consulado chinês em Nova York, EUA, condenou fortemente a NBC, a única emissora olímpica nos EUA, por mostrar um mapa da China que não apresenta Taiwan ou o mar do Sul da China, durante a cobertura da cerimônia de abertura.
A primeira transgressão de "sentimentos feridos" dos Jogos Olímpicos de Tóquio aconteceu a meio da cerimônia de abertura, com a NBC usando um "mapa incompleto" da China.
O consulado declarou em sua comunicação na rede social Weibo que o "mapa incompleto" tinha "ferido a dignidade e as emoções do povo chinês".
"Instamos a NBC a reconhecer a gravidade deste problema e a tomar medidas para corrigir o erro", disse o consulado, citado no sábado (24) pela agência britânica Reuters.
Durante a saída dos atletas chineses na cerimônia de abertura, a comentarista Savannah Guthrie referiu que os países ocidentais e alguns observadores internacionais estão pressionando a China por supostas violações dos direitos humanos em Hong Kong e Xinjiang. Pequim rejeita fortemente estas acusações e censurou os países ocidentais sobre o que vê como tentativas de se intrometerem nos assuntos internos do país.
Status de Taiwan
Pequim considera Taiwan, uma ilha autogerida, e a maior parte do mar do Sul da China partes inalienáveis de seu território.
Os EUA não rejeitaram nem aceitaram as reivindicações da China em relação a Taiwan, apenas assinando nos anos 1970 um pacto de entendimento com Pequim proclamando uma política de Uma Só China.
Washington não tem relações diplomáticas oficiais com a ilha, mas ainda lhe fornece diretamente ajuda, equipamento e até mesmo armamento, ignorando as objeções de Pequim, em uma abordagem apelidada de ambiguidade estratégica. Devido à política de Uma Só China e às exigências de Beijing, os atletas de Taiwan estão competindo nos jogos deste ano sob uma bandeira neutra e como a equipe de Taipé Chinês.
Na quinta-feira (22) os organizadores dos Jogos Olímpicos de 2020 lançaram um mapa interativo on-line dos participantes deste ano, traçando uma linha de fronteira entre a Ucrânia e a Crimeia, levando a críticas de Kiev. O país não reconhece o território como parte da Rússia, apesar de um referendo realizado na Crimeia em 2014 que aprovou por 97% sua integração na Federação da Rússia.
Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio acabaram pedindo desculpas e alteraram o mapa, removendo a linha de fronteira entre a Ucrânia e a península.