Presidente da Nicarágua afirma que 'não há espaço' para negociação ou entendimento com EUA

No fim de semana, a polícia da Nicarágua colocou o candidato presidencial José Vidaurre em prisão domiciliar. Dessa forma, subiu para sete o número de candidatos oposicionistas detidos no país caribenho.
Sputnik

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, afirmou que não há espaço para negociações ou entendimentos com os EUA, a quem acusou de tentar boicotar as eleições presidenciais do país caribenho em novembro, nas quais Ortega busca a reeleição pela terceira vez consecutiva.

Ortega denunciou em discurso no domingo (25) que um espírito intervencionista pesa sobre seu país, impulsionado pelos EUA, que buscam minar seu governo.

"Não há espaço para entendimento e negociação diante do império […]. O império não quer eleições na Nicarágua, o império quer boicotá-las, quer semear novamente o terrorismo em nosso país", afirmou o presidente nicaraguense, citado pela agência Reuters nesta segunda-feira (26).

O líder esquerdista está sob forte pressão internacional, inclusive do governo dos EUA, que impôs sanções contra funcionários do governo de Ortega por uma recente onda de prisões de oponentes, incluindo vários candidatos que participariam das eleições presidenciais.

Presidente da Nicarágua afirma que 'não há espaço' para negociação ou entendimento com EUA

Sete candidatos oposicionistas detidos

No fim de semana, a polícia da Nicarágua colocou o candidato da oposição José Vidaurre em prisão domiciliar. Dessa forma, subiu para sete o número de candidatos presidenciais detidos no país. A comunidade internacional, liderada pelos EUA, diz que não há garantias de realização de eleições livres ou transparentes no país caribenho.

Vidaurre é acusado de incitar atos contra a soberania por "aplaudir" as sanções contra a Nicarágua e de "organizar com financiamento de potências estrangeiras a realização de atos de terrorismo e desestabilização", segundo comunicado reproduzido pela mídia.

O Canadá anunciou sanções econômicas e de imigração em meados de julho contra várias autoridades nicaraguenses, incluindo Camila Ortega, chefe do canal de televisão estatal e filha do presidente, e Rosario Murillo, mãe de Camile e esposa de Ortega, que é a atual vice-presidente do país.

Em junho, os governos da Argentina e do México convocaram seus embaixadores na Nicarágua para se consultarem sobre a situação política no país latino-americano.

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