Astrônomos descobrem pela 1ª vez evidências de vapor de água no maior satélite de Júpiter

Cientistas da NASA estudaram duas décadas de dados do Telescópio Espacial Hubble, que os levaram a concluir que a água gelada do maior satélite de Júpiter pode emitir vapor no equador.
Sputnik

Astrônomos descobriram pela primeira vez evidências de vapor de água na atmosfera de Ganimedes, o maior satélite de Júpiter, relata comunicado de segunda-feira (26) da agência espacial norte-americana NASA.

A NASA disse ter analisado duas décadas de dados do Telescópio Espacial Hubble, concluindo que a água vinha do gelo que vaporizou da superfície de Ganimedes.

Isso aconteceria cerca do meio-dia, perto do equador, que nesse período se tornava quente o suficiente para a superfície de gelo liberar pequenas quantidades de moléculas de água.

Anteriormente, estudos apresentavam dados circunstanciais de que a lua de Júpiter tinha mais água que todos os oceanos da Terra, mas devido a ser composta de gelo até cerca de 160 km abaixo da crosta, não era possível verificar uma evaporação.

Embora a descoberta não indique muito sobre o potencial para a vida nesse corpo celeste, o vapor d'água aumenta a compreensão dos cientistas sobre a atmosfera de Ganimedes.

"Até agora, apenas o oxigênio molecular havia sido observado. Isto é produzido quando partículas carregadas corroem a superfície de gelo", disse à NASA Lorenz Roth, do Instituto de Tecnologia Real KTH em Estocolmo, Suécia, que liderou o estudo publicado na revista Nature Astronomy e disponível no servidor de pré-impressão arXiv.

A missão da sonda Juno da NASA está desde 2016 observando Ganimedes, tendo captado em 7 de julho novas imagens da lua de Júpiter.

Além disso, a missão JUICE da Agência Espacial Europeia, que tem seu lançamento e chegada a Júpiter e três de seus satélites planejados para 2022 e 2029, respectivamente, deverá observar durante três anos os corpos celestes. A ênfase será no Ganimedes, com o qual será averiguada a possibilidade de ser um habitat no futuro.

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