Lloyd Austin, secretário de Defesa dos EUA, expressou no sábado (24) preocupação com a onda de suicídios entre as tropas norte-americanas.
"Estou profundamente preocupado com as taxas de suicídio, não apenas aqui, mas por toda a força. Uma perda por suicídio é demais. Embora trabalhemos duro neste problema, temos muito mais a fazer", disse ele durante uma coletiva de imprensa na Base Aérea de Eielson, no Alasca, EUA.
Austin falou após um briefing de líderes militares que abordava a subida de suicídios entre os militares destacados no Alasca, onde pelo menos seis soldados morreram por provável suicídio desde 30 de dezembro de 2020. Problemas incluem condições climáticas severas, isolamento geográfico e social, bem como as típicas provações dos treinamentos e destacamentos, além de distúrbios do sono e abuso de álcool.
O chefe do Departamento de Defesa (DoD, na sigla em inglês) sublinhou que a abordagem da questão exige a redução do "estigma" associado à busca de ajuda para questões de saúde mental.
"Saúde mental é saúde, ponto final", disse Austin, segundo o qual a questão do suicídio deveria ser tratada com "compaixão e profissionalismo", igual a qualquer outra questão de saúde.
"Por isso, se você estiver sofrendo, há recursos disponíveis. E sei que nossos líderes aqui estão comprometidos em tornar esses recursos ainda mais acessíveis e disponíveis."
Fatores de estresse do serviço ativo
De acordo com o Pentágono, os fatores de estresse tipicamente associados à vida militar têm sido agravados pelos desafios da pandemia de coronavírus.
O relatório anual do DoD de 2019 indica que a taxa geral de mortes por suicídio subiu de 20,2 mortes por 100.000 em 2015 para 25,9 em 2019. Na Marinha, a taxa aumentou de 20,7 mortes por 100.000 em 2018 para 21,5 por 100.000 em 2019. A taxa de suicídios no Exército dos EUA se manteve estável em cerca de 29,8 por 100.000 de 2018 a 2019, mas foi registrado um aumento na Força Aérea, de 18,5 mortes por 100.000 pessoas em 2018 para 25,1 mortes por 100.000 em 2019.
A conta no Facebook da Base Conjunta Elmendorf-Richardson propôs, citando estudos dos Institutos Nacionais de Saúde, combater o suicídio nas bases aéreas do estado com a redução de horas de venda de álcool.
Responsáveis militares norte-americanos também enfatizaram a necessidade de melhorar o acesso à saúde mental em bases militares. Em fevereiro, após dois incidentes de suicídio em Fort Wainwright, uma equipe de comando de uma base aérea no Havaí visitou o local para realizar sessões com militares, permitindo uma oportunidade para os soldados discutirem abertamente questões de saúde mental.