O governo da Colômbia anunciou nesta quarta-feira (28) que convocou seu embaixador na Nicarágua, Alfredo Rangel, para consultas com base no que Bogotá considerou "atos que violam as garantias democráticas" do presidente nicaraguense Daniel Ortega.
"O Ministério das Relações Exteriores, em nome do governo nacional, informa que, em decorrência dos atos que violam as garantias democráticas, os direitos civis e políticos do povo nicaraguense, tomou a decisão de chamar o embaixador da Colômbia naquele país, Alfredo Rangel, para consultas", lê-se no comunicado do ministério.
A pasta expressou ainda seu repúdio "à perseguição sistemática contra a oposição política, o jornalismo e as lideranças sociais na Nicarágua", e acrescentou que a convocação de consultas do embaixador obedece "ao compromisso do governo da Colômbia com os valores e princípios consagrados na Carta Democrática Interamericana e na Carta da OEA [Organização dos Estados Americanos]".
Por fim, o ministério instou o governo da Nicarágua a libertar imediatamente os presos políticos e a parar a "perseguição sistemática, bem como permitir o livre exercício das liberdades políticas" e pede que as eleições presidenciais no país caribenho, que ocorrem em novembro, sejam transparentes.
Situação delicada
A Colômbia não é o primeiro país a convocar seu embaixador no país governado por Daniel Ortega. Em 21 de junho, os governos do México e da Argentina instruíram seus embaixadores no país caribenho, Gustavo Alonso Cabrera Rodríguez e Mateo Daniel Capitanich, respectivamente, a viajarem a suas capitais para consultas.
Pelo menos sete candidatos da oposição às eleições presidenciais na Nicarágua foram detidos no país. Uma série de países liderados pelos EUA dizem que não há garantias de realização de eleições livres ou transparentes no país caribenho.
O governo da Nicarágua afirma que as detenções se devem a uma investigação por suposta lavagem de dinheiro e ativos.