"Os EUA declararam abertamente a todos: estamos saindo do Afeganistão. Isso é realmente verdade. Mas, ao mesmo tempo, estão em andamento negociações com todos os Estados limítrofes do Afeganistão a respeito da criação de certos centros logísticos, de bases para retirada daí de material militar. E, naturalmente, a criação de centros que poderiam receber, inclusive, refugiados do Afeganistão – pessoas que ao longo de muitos anos colaboraram lá com os EUA", afirmou o ministro.
Conforme suas palavras, não é segredo para ninguém que essas negociações "são bem ativas e bem intrusivas".
"Há uma lógica normal e saudável: para que vocês saem se ficam aqui mesmo ao lado e, em sentido figurado, tentam observar através das fendas na cerca o que passa aí?", disse Shoigu, adicionando que "a resposta é completamente óbvia: isso é uma tentativa de se fixarem na região da Ásia Central. Certamente, depois de perderem tudo o que podia ser perdido no Afeganistão", expressou.
Ele acrescentou também que é difícil encontrar no planeta "um bom lugar com boas consequências onde os Estados Unidos tenham chegado e onde tenham ficado por muito tempo".
"A própria Síria, a própria Líbia – há algo de bom lá? Tudo continua lá. Na própria Síria decorre um roubo desavergonhado do Estado, sem qualquer cerimônia são retirados o petróleo e outros recursos minerais. São retirados sem o conhecimento e sem proveito para o Estado sírio", disse o ministro.
Conforme ele adicionou, quando nos assuntos interferem atores não regionais "acontece o que está acontecendo".
Os Estados Unidos se comprometeram a retirar suas tropas do solo afegão até 31 de agosto deste ano, com o processo começando em 1º de maio. Recentemente, o Comando Central dos EUA anunciou que 90% das forças já tinham sido retiradas da região.