Segundo o Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular (ELP) da China, citado pelo South China Morning Post, a passagem frequente de embarcações americanas através do estreito mostra que "os EUA são o maior destruidor da paz e da estabilidade e o maior criador de riscos à segurança em todo o estreito de Taiwan".
O ELP ainda acrescentou que as tropas do Teatro Oriental – responsável majoritariamente pelas operações no estreito de Taiwan – estão prontas para responder a todas as ameaças e provocações e defenderão a soberania nacional e integridade territorial do gigante asiático.
A declaração foi feita depois que o destróier de mísseis guiados USS Benfold, da classe Arleigh Burke, navegou pelo estreito de Taiwan na quarta-feira (28). A Sétima Frota dos EUA, por seu lado, afirmou, citada pela mídia, que o trânsito do navio de guerra pela zona em causa mostra o compromisso de Washington com um Indo-Pacífico livre e aberto, e que os militares dos EUA "voam, navegam e operam em qualquer lugar que a lei internacional permita".
Duas semanas antes, o USS Benfold conduziu sua primeira "operação de liberdade de navegação" dentro da zona de 12 milhas das Ilhas Paracel – reclamadas por Pequim, Hanói e Taipé – no mar do Sul da China. Pequim respondeu fazendo afastar o navio e declarou que a embarcação norte-americana "violou gravemente a soberania da China e minou a estabilidade do mar do Sul da China", cita o South China Morning Post as autoridades chinesas.
O aumento do número de travessias militares norte-americanas pelo estreito de Taiwan parece ter virado um padrão, segundo uma lista compilada por Collin Koh, pesquisador da Escola de Estudos Internacionais de S. Rajaratnam, da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura. Sua lista mostra que os navios de guerra dos EUA realizaram 15 trânsitos pelo estreito de Taiwan no ano passado, comparando com nove no ano anterior.
Taiwan tem se tornado um dos principais pontos de tensão nas relações China-EUA, sendo que Pequim se mostra bastante receosa ante o aumento da proximidade entre Washington e Taipé nos últimos anos. Por essa razão, o gigante asiático tem demonstrado um comportamento mais assertivo relativamente à ilha, que considera como parte de seu território, aumentando a pressão militar com exercícios frequentes em sua zona de identificação de defesa aérea, bem como com atividades navais no estreito de Taiwan.