A reação sobre a live do presidente Jair Bolsonaro feita nas redes sociais nesta quinta-feira (29) tem sido a pior possível, tanto no Supremo Tribunal Federal (STF) quanto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), segundo aponta a jornalista Mônica Bergamo em sua coluna no jornal Folha de São Paulo.
Segundo a jornalista, o presidente teria sido chamado de "moleque" e outros adjetivos neste sentido por um dos magistrados do STF com apoio de membros que concordaram e o clima pesado seria o mesmo no TSE.
Durante a live de Bolsonaro para seus seguidores, o TSE muito rapidamente soltou comunicados no Twitter desmentindo as 18 alegações infundadas feitas pelo presidente. Porém, um dos integrantes da corte eleitoral teria afirmado que mesmo com os posicionamentos imediatos, ainda custa ao TSE barrar as investidas de Bolsonaro contra as eleições.
Segundo Bergamo, os magistrados da corte eleitoral apontam a necessidade de "atuar de maneira mais firme, com medidas concretas que resultem em punição, inclusive no âmbito eleitoral, para que Bolsonaro cesse as tentativas de desacreditar as urnas eletrônicas e, em consequência, o próprio resultado das eleições", escreveu a colunista.
Na live, Bolsonaro mostrou uma pessoa que seria "programador" fazendo uma demonstração falsa "ao vivo" de como alterar um código da urna eletrônica para desviar votos de um candidato para outro.
No entanto, ele próprio repetiu várias vezes que só estava apresentando "indícios" de que as urnas não seriam invioláveis e afirmou não ter provas de suas insinuações.
Cenário eleitoral 2022
O STF já instaurou inquéritos para apurar a disseminação de fake news sobre as eleições na tentativa de que o Brasil possa realizar as eleições de 2022 dentro da normalidade.
Apesar de o presidente do STF, Luiz Fux, ainda defender tentativas de diálogo com Bolsonaro, de acordo com a colunista da Folha, os magistrados em geral acham que as tentativas são inúteis e que a intenção do presidente da República seria de tumultuar o processo eleitoral já preparando terreno para uma possível derrota.
Pesquisa eleitoral recente do Datafolha mostra que o ex-presidente Lula venceria o atual presidente no segundo turno com 58% dos votos, contra 31% de Bolsonaro.