Pesquisadores franceses identificaram detalhadamente, pela primeira vez, genes do grupo sanguíneo de três neandertais e um denisovano da caverna de Vindija, na Croácia, e das cavernas de Chagyrskaya e Denisova em Altai, Rússia. A idade das amostras é de de 100 mil a 40 mil anos, segundo o estudo publicado na revista PLOS ONE.
Os resultados, em sua maioria, confirmaram as hipóteses existentes, mas alguns surpreenderam os cientistas. Por exemplo, por muito tempo os cientistas acreditaram que todos os neandertais tinham sangue do tipo O.
No entanto, foi descoberto que os antigos hominídeos já apresentavam toda a variabilidade ABO do sistema de classificação do sangue observada em humanos modernos.
Uma análise dos vários sistemas de grupos sanguíneos revelou alelos que evidenciam a origem africana dos neandertais e denisovanos. Surpreendente foi o fato que os neandertais possuíam um alelo Rh único que os humanos modernos não têm, exceto alguns aborígenes australianos e de Papua-Nova Guiné.
Além disso, o estudo revela nova informação sobre a demografia e as possíveis causas de extinção dos neandertais. Os cientistas descobriram que os antigos hominídeos possuíam muito pouca diversidade genética de grupos sanguíneos e podiam ser receptivos à doença hemolítica do feto e do recém-nascido, quando as mães neandertais tinham filhos de Homo sapiens ou denisovanos.
"Os resultados da análise sistêmica do grupo de neandertais e denisovanos confirmam sua origem africana, bem como a fragilidade de sua fertilidade e suscetibilidade à infecção viral, levando a uma alta mortalidade infantil", de acordo com os cientistas.
Os pesquisadores salientaram que os resultados correspondem às hipóteses existentes, que associam o desaparecimento dos neandertais com baixa diversidade genética e fraca competitividade reprodutiva em comparação com o Homo Sapiens.