COVID-19: seguindo exemplo da Sputnik V, estudo indiano mostra benefícios de 'coquetel de vacina'

O uso de uma vacina baseada em uma plataforma de vetor de adenovírus seguida de uma vacina contra vírus inativada completa "é segura e causa melhor imunogenicidade", afirmam cientistas.
Sputnik

Um estudo do Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR, na sigla em inglês) confirmou que a imunização com uma combinação da vacina Covishield, fabricada pelo Instituto Serum da Índia, seguida do imunizante Covaxin como segunda dose não é apenas segura, mas também causa uma melhor imunogenicidade contra a COVID-19, reporta o portal Mint neste domingo (8).

Este resultado aponta para os benefícios da tecnologia "coquetel de vacina", que foi usada pela primeira vez pelos cientistas russos para criar a Sputnik V, relata o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo).

No estudo, ainda não revisto por pares, um grupo de pessoas na Índia recebeu a vacina Covishield, a versão local do imunizante contra a COVID-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica Astrazeneca, como primeira dose, seguida pela vacina Covaxin com seis semanas de diferença. Os cientistas então compararam os resultados desse grupo com os participantes que receberam apenas Covishield ou apenas covaxina para as duas doses.

A análise mostrou que "o perfil de imunogenicidade contra as variantes alfa, beta e delta no grupo heterólogo foi maior", ou seja, o coquetel de vacina foi mais eficiente do que os imunizantes "puros".

"Em geral, este estudo mostra que a imunização com uma combinação heteróloga de uma vacina baseada em uma plataforma de vetor de adenovírus seguida por uma vacina de vírus inativada completa é segura e causa uma melhor imunogenicidade do que duas doses de vacinação homóloga", afirma o ICMR.

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Coquetel de vacina e a Sputnik V

O RFPI afirma que o princípio do reforço heterogêneo ou coquetel de vacinas foi usado pela primeira vez como base para a vacina russa Sputnik V, em contraste com outros antídotos contra o SARS-CoV-2, que usam a mesma injeção duas vezes.

Além disso, o RFPI foi o primeiro a oferecer cooperação a outros fabricantes de vacinas para estudar a combinação de medicamentos mais completos. Assim, em 23 de novembro de 2020, propôs uma pesquisa desse tipo para a AstraZeneca.

Atualmente, outros fabricantes seguem o exemplo dos desenvolvedores russos, explorando a possibilidade de combinar diferentes vacinas, com estudos em vários países, incluindo o Azerbaijão, Argentina e Emirados Árabes Unidos.

"Os dados obtidos confirmam a alta eficiência e a total segurança dessa solução", enfatiza o RFPI, acrescentando que o interesse do russo na abordagem combinada faz parte de sua estratégia global para melhorar a eficácia de outras vacinas contra o novo coronavírus.

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