Nova espécie de planta carnívora é descoberta na costa do Pacífico dos EUA (FOTOS)

De acordo com os pesquisadores, a Triantha occidentalis é capaz de obter das suas "presas" até 64% do nitrogênio de que precisa.
Sputnik

Uma equipe de botânicos da Universidade de Colúmbia Britânica (Canadá) e da Universidade de Wisconsin-Madison (EUA) descobriu pela primeira vez em aproximadamente 20 anos uma nova espécie de planta carnívora.

Trata-se da Triantha occidentalis, que está distribuída na costa oeste da América do Norte, ocupando um território que vai do Alasca até a Califórnia.

A nova descoberta, de acordo com o estudo publicado na revista PNAS, representa apenas a 12ª linhagem independente de plantas carnívoras documentada pela ciência.

Além disso, este é o quarto caso de planta carnívora identificado entre as monocotiledóneas, uma das principais classes de plantas com flores.

Entre as monocotiledóneas, a Triantha é a única espécie que possui um mecanismo "de armadilha pegajosa", que, ao contrário de todas as outras plantas carnívoras, está localizada ao lado das flores.

"À primeira vista, isto parece um conflito entre a natureza carnívora e a polinização, pois você não quer matar os insetos que estão ajudando a se reproduzir", comentou o coautor do estudo, Qianshi Lin.

Apenas aqueles insetos que não intervêm no processo de polinização são apanhados, enquanto as abelhas ou as mariposas, indispensáveis para a reprodução da planta, aparentemente não são afetados pelas excreções pegajosas.

"Acreditamos que a Triantha seja capaz de equilibrar a natureza carnívora com a polinização, pois seus pelos glandulares não são muito pegajosos e podem apenas apanhar os mosquitos e outros insetos pequenos, de modo que [...] seus polinizadores não são apanhados", explicou Tom Givnish, outro coautor do estudo.

Com o objetivo de comprovar os "hábitos carnívoros" da nova espécie, durante as pesquisas, os botânicos alimentaram um grupo de Trianthas silvestres com moscas de fruta marcadas com um isótopo estável de nitrogênio-15, o que permitiu a equipe rastrear o nutriente à medida que era absorvido pela planta, descobrindo que estas obtêm até 64% do nitrogênio dos insetos, uma porcentagem mediana para as plantas carnívoras.

Os cientistas também descobriram que as glândulas que produzem a substância pegajosa para apanhar suas presas também são as encarregadas de produzir as fosfatases, um enzima digestivo usado para decompor os nutrientes fosforados de suas presas, característica que as diferencia de outras plantas carnívoras, que dependem de outros microrganismos para poder digerir os insetos apanhados.

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