Vacinação em anel: epidemiologista dos EUA explica por que imunização em massa não funciona

O epidemiologista Larry Brilliant, ex-vice-presidente do Google, afirmou que a vacinação em massa não travaria o coronavírus e que é impossível atingir a imunidade de grupo administrando bilhões de doses de vacinas.
Sputnik

Brilliant, que fez parte do programa de erradicação da varíola nos anos 80, quer que as autoridades de saúde mudem de rumo e experimentem um método testado pelo tempo, a vacinação em anel, para combater a COVID-19, um processo que implica uso mais crítico de doses de imunizantes disponíveis.

A vacinação em anel consiste em rastrear e imunizar todas as pessoas que tiveram contato direto com pelo menos um infectado confirmado.

"A vacinação em massa nunca funcionou", revelou Brilliant. "Nem contra varíola, nem contra ebola, nem contra pólio. É apenas um sonho."

A demora na distribuição de imunizantes por todos os cantos do mundo concede ao coronavírus o acesso a muitos países, e assim aumentam as hipóteses de surgirem mais variantes do vírus.

"É impossível obter a imunidade de grupo quando há uma doença como a variante Delta, que é provavelmente duas ou três vezes mais transmissível do que a COVID original", afirmou Brilliant.

No entanto, vários especialistas estão contra a vacinação em anel por causa da diferença entre a COVID-19 e a varíola e ebola. As pessoas infectadas com essas doenças tinham sintomas visíveis que facilitaram a identificação e isolamento de doentes, enquanto entre os infectados com o coronavírus há 40% de casos assintomáticos.

Brilliant responde que a vacinação em anel pode ser usada eficazmente em conjunto com outros métodos, por exemplo o rastreamento de contatos.

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