Na quinta-feira (12), os EUA e o Reino Unido anunciaram o envio de tropas ao Afeganistão para ajudar a evacuar os civis, em um momento em que os talibãs seguem avançando e capturando cidades importantes do país, segundo a Reuters.
Washington decidiu reduzir drasticamente o pessoal de sua embaixada em Cabul e enviar temporariamente nas próximas 48 horas aproximadamente três mil soldados adicionais para ajudar com a evacuação.
De acordo com o porta-voz do Pentágono, o almirante John Kirby, as tropas americanas seriam enviadas ao Aeroporto Internacional de Karzai em "poucos dias". A força de reserva de 3.500 a 4.000 soldados será deslocada a partir do Kuwait.
"São preparações prudentes [...] Acreditamos que seja apropriado para a situação de segurança", afirmou o almirante.
Além disso, o Reino Unido disse que estava enviando cerca de 600 militares para dar apoio aos cidadãos britânicos que deixassem o país.
Os EUA e Alemanha pediram a todos os seus cidadãos que abandonassem o Afeganistão imediatamente, diante do agravamento da insegurança na região.
"Não é uma evacuação total", ressaltou Kirby, destacando que a embaixada dos EUA vai permanecer aberta em seu atual local, e que os procedimentos de retirada de maneira alguma indicam que os EUA estão "abandonando" o Afeganistão em meio ao avanço do Talibã (grupo terrorista proibido na Rússia e em outros países).
Na terça-feira (10), o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que não se arrepende de sua decisão de retirar as forças do Afeganistão, uma operação que deve ser concluída até o final de agosto, e instou aos afegãos a "lutar por si mesmos".
Contudo, perante a ausência de resistência, os talibãs avançam com sua ofensiva massiva. Na quinta-feira (12), o grupo comunicou que assumiu o controle de diversas cidades estratégicas, como Kandahar e Herat, embora a ONU não possa confirmar quem controla estes territórios.
Segundo as avaliações da Inteligência dos EUA, os talibãs poderiam cercar Cabul em 30 dias e assumir o controle em 90 dias.