Presidente afegão promete evitar mais instabilidade em meio à ofensiva do Talibã

A situação no Afeganistão está ficando cada vez mais complicada, em meio à retirada das forças norte-americanas do país e à ameaça de nova ascensão do Talibã (organização proibida na Rússia e em outros países).
Sputnik

Ashraf Ghani, atual presidente afegão, se comprometeu a "evitar mais instabilidade" no país ante a ofensiva do grupo insurgente.

Em um discurso à nação, neste sábado (14), Ghani sublinhou que, na situação atual, a prioridade principal do governo é a remobilização das forças afegãs. 

"Enquanto vosso presidente, meu foco é evitar mais instabilidade, violência e deslocamento do meu povo", declarou o líder da nação afegã.

O presidente acrescentou que o governo iniciou "amplas consultas [sobre a situação no Afeganistão] tanto no país como no exterior", e que os resultados "serão compartilhados com o público em breve".

Ghani manifestou a esperança de que a comunidade internacional "apoie" os esforços de Cabul para acabar com a violência.

Tal declaração do presidente afegão chega após o Talibã anunciar hoje (14) a captura de Sharana, capital da província de Paktika, no sudeste do país. Zabihullah Mujahid, porta-voz do grupo insurgente, declarou que o prédio da administração do governador, a sede da polícia e outros edifícios públicos da cidade estão agora sob controle do Talibã.

Na sexta-feira (13), o Talibã informou que tinha capturado a capital da província de Logar, Pol-e Alam, localizada a 50 quilômetros da capital do país, Cabul.

O Talibã invadiu prisão de Paktika e libertou seus prisioneiros.

Todos estes acontecimentos se seguiram aos apelos do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que instou o grupo a parar com sua ofensiva e se sentar à mesa para negociar com as autoridades do Afeganistão.

"Exorto o Talibã a parar imediatamente com a ofensiva e negociar de boa fé no interesse do Afeganistão e de seu povo", disse Guterres em uma declaração na sexta-feira (13).

Porém, Ashraf Ghani não está confiante em que isso venha a acontecer, sendo que no final de julho disse que o Talibã "não tem vontade de paz nem de construção do país [...] Nós queremos a paz, mas eles querem que nos rendamos".

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