O aumento do enriquecimento de urânio por parte do Irã é preocupante, apontaram novamente Reino Unido, França e Alemanha na quinta-feira (19) em uma declaração conjunta.
Segundo os países europeus, que assinaram o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) de 2015, as ações de Teerã são uma "séria violação" das obrigações de Teerã sob o acordo nuclear, pois os aumentos de pureza até 20% no Reator de Pesquisa de Teerã e de 60% em geral são "passos cruciais no desenvolvimento de uma arma nuclear", e "o Irã não tem nenhuma necessidade civil credível para estas medidas".
De acordo com Londres, Paris e Berlim, a redução da capacidade de inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em comparação com o previsto no JCPOA também é preocupante, e por isso exigiram que Teerã cessasse todas as atividades que violassem o acordo "imediatamente".
Desde há meses que as conversações nucleares em Viena, Áustria, têm estado interrompidas "a pedido de Teerã", sem que o Irã acorde uma data de reinício, o que dificulta que isso aconteça, diz o comunicado.
Na terça-feira (17) a AIEA informou seus Estados-membros que o Irã estava agora usando duas cascatas em sua usina de enriquecimento em Natanz para enriquecer urânio com até 60% de pureza.
Teerã nega que tenha iniciado a violação dos termos do JCPOA, apontando a saída dos EUA do acordo e sua reimposição de sanções em 2018, seguida ainda por um ano de silêncio pela República Islâmica, antes de o país começar a aumentar os níveis de enriquecimento de urânio. Ao mesmo tempo, o governo do pais defendeu que estava sempre pronto a recomeçar a cumprir o acordo nuclear, desde que o mesmo fosse feito pelas outras partes.
"Se as outras partes voltarem às suas obrigações sob o acordo nuclear e Washington levantar totalmente e de forma verificável suas sanções unilaterais e ilegais […] todas as mitigações e contramedidas do Irã serão reversíveis", declarou na terça-feira (17) Saeed Khatibzadeh, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã.