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Bolsonaro diz que ação contra Moraes 'não é revanche'; ex-ministros enviam manifesto ao Senado

Durante visita à cidade onde passou infância, presidente fez declarações sobre o pedido de impeachment contra ministro do STF. Dez ex-ministros se unem em manifesto e afirmam que "Senado não pode atender simples capricho de Bolsonaro".
Sputnik

Neste sábado (21), o presidente, Jair Bolsonaro, afirmou que fez tudo "dentro das quatro linhas da Constituição" ao fazer o pedido de impeachment, o qual encaminhou ao Senado, contra o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), e que a solicitação não foi uma "revanche", segundo o UOL.

"Engraçado, quando eu entro com uma ação no Senado, fundado no artigo 52 da Constituição, o mundo cai na minha cabeça. Quando uma pessoa em um inquérito no fim do mundo me bota lá ninguém fala nada. Não é revanche. Cada um tem que saber o seu lugar, a forma de viver em paz e harmonia, se cada um respeitar o próximo e souber que tem um limite, o limite é a nossa Constituição", disse o presidente durante visita à cidade de Eldorado em São Paulo.

O presidente viajou à cidade do interior paulista, na qual passou a infância, acompanhado pelos filhos. A viagem, que não estava na agenda, foi para visitar sua mãe que vive no local.

Sobre Moraes e a guerra progressiva entre o poder Executivo e Judiciário, Bolsonaro questiona o ministro pela condução do inquérito das fake news. No dia 4 de agosto, o ministro do STF acolheu o pedido feito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e incluiu o presidente na investigação para apurar a disseminação de notícias falsas.

Ex-ministros assinam ato por democracia

Após pedido de impeachment de Moraes por Bolsonaro, hoje (21), dez ex-ministros enviaram um manifesto ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), solicitando a rejeição da requisição do presidente, segundo o G1.

De acordo com a mídia, para os ex-ministros, Bolsonaro estabelece "constante confronto como força de ação política", e que o presidente "elegeu como inimigo o Judiciário", individualizando o ataque contra os ministros Alexandre de Moraes (STF) e Luís Roberto Barroso (TSE).

"É imperioso dar de plano fim a esta aventura jurídico-política, pois o contrário seria sujeitar o nosso Judiciário a responder a um processo preliminar no Senado Federal para atender simples capricho do presidente que vem costumeiramente afrontando as linhas demarcatórias da Constituição", escreveram os ex-ministros.

São signatários do documento os seguintes ministros: Miguel Reale Junior, José Gregori, Aloysio Nunes Ferreira e José Carlos Dias (governo de Fernando Henrique Cardoso); Celso Amorim, Jaques Wagner, José Eduardo Cardozo, Tarso Genro e Eugênio Aragão (governos Lula da Silva e Dilma Rousseff) e Raul Jungmann (governo Michel Temer).

"O presidente da República segue, dessa maneira, o roteiro de outros líderes autocratas ao redor do mundo que, alçados ao poder pelo voto, buscam incessantemente fragilizar as instituições do Estado Democrático de Direito, entre as quais o Poder Judiciário", diz o texto do manifesto.

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