As mídias taiwanesas informaram que o Ministério da Defesa de Taiwan propôs um orçamento especial de US$ 7,14 bilhões (R$ 38,5 bilhões), ou seja, cerca de 54% dos gastos militares atuais para impulsionar a fabricação de mísseis pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Chung-Shan (NCSIST, na sigla em inglês).
O dinheiro será usado para produção em massa de mísseis de alta precisão e de longo alcance, informou Taipei Times, citando as fontes.
O orçamento militar corresponde ao apelo da presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, para ilha aumentar a produção de mísseis terra-ar Tien Kung-3 e míssil antinavio supersônico Hsiung Feng-3. Ambas as armas serão modernizadas.
Além disso, é planejado o desenvolvimento de um míssil hipersônico e um míssil de cruzeiro lançado do ar com o alcance esperado de mais de 2.000 quilômetros, segundo a mídia.
Por sua vez, o Ministério da Defesa de Taiwan recusou a comentar a notícia, dizendo que os ministros ainda estão revisando o orçamento militar.
Os analistas revelam que a guerra no estreito de Taiwan é pouco provável e o Exército de Libertação Popular da China (ELP) continuará focando em impulsionar a prontidão para combate, conforme relatou o jornal South China Morning Post.
"Neste estágio, iniciar um ataque [contra Taiwan] é bastante improvável e [Pequim] provavelmente terá uma abordagem mais racional. Isso pode significar mais ataques verbais e intensificação da estratégia militar e preparação para a guerra", disse Zhu Songling, professor do Instituto de Estudos de Taiwan na Universidade da União de Pequim.
No entanto, ele destacou que se as tensões crescerem, a China aumentará as apostas e "avançará para uma resposta não pacífica".
O ex-treinador do ELP, Song Zhongping, disse que embora Taiwan tenha capacidade de desenvolver mísseis de curto alcance desde a década de 1970, o país "realmente não tem as tecnologias necessárias para fazer mísseis de ataque de precisão".
O analista sugeriu que o aumento no orçamento militar provavelmente elevará as tensões no estreito de Taiwan, e não mudará o equilibro de poder entre Taipé e Pequim. Song também afirmou que a China reagirá a decisão taiwanesa, melhorando sua prontidão de combate.