Na última sexta-feira (20), duas crianças paquistanesas e um cidadão chinês estiveram entre as vítimas do ataque a uma caravana de veículos na área de Gwadar, no sudoeste do Paquistão, conforme a Reuters. O Exército de Libertação do Baluchistão, uma organização separatista militante, assumiu a responsabilidade pelo ataque.
A embaixada chinesa em Islamabad apelou a uma investigação e advertiu os cidadãos chineses para evitarem os lugares públicos, e mais uma vez instou o Paquistão a fazer mais na cooperação contra o terrorismo e a tomar medidas de segurança.
Na explosão de um ônibus no mês passado no Paquistão morreram 13 pessoas, incluindo nove cidadãos chineses envolvidos em projetos hidrelétricos em Dasu. A China afirma que foi o maior ataque contra os chineses que trabalham nos investimentos no exterior nos últimos anos, enquanto o Paquistão acusou na semana passada as agências de inteligência da Índia e do Afeganistão.
Andrew Small, investigador sênior do programa do Fundo Marshall Alemão para a Ásia, disse que os ataques seriam preocupantes para a China e que Pequim associa a deterioração da situação de segurança com o caos no Afeganistão, país vizinho do Paquistão, de acordo com South China Morning Post.
"Espera-se que a retirada dos EUA e a situação em torno da saída atraiam ameaças de segurança elevadas para o Corredor Econômico China-Paquistão", segundo Small.
O investigador afirmou que os esforços do Paquistão para aumentar a segurança dos projetos chineses nos últimos anos parecem não resultar. Tais esforços incluem proteção militar e policial, bem como empresas de segurança privadas para cerca de 7.000 trabalhadores chineses envolvidos nos projetos no país.
"O problema é que este não é um ataque único. Como vemos da declaração da embaixada chinesa [no Paquistão], eles estão preocupados com o ambiente de segurança global no Paquistão, estão preocupados com os cidadãos chineses que trabalham nesses projetos porque [o ambiente] claramente piorou", conforme o investigador.
Du Youkang, diretor do Centro de Estudos do Paquistão da Universidade Fudan em Xangai, concordou que a situação no Afeganistão criará mais instabilidade na região no futuro próximo.
"Mas o governo paquistanês também está próximo do Talibã no Afeganistão, então, se a situação melhorar e ficar mais sob controle, poderia mesmo haver uma melhoria da estabilidade regional", comentou.