O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, por sua vez, criticou Washington pela sua política "egoísta" no Afeganistão.
"O que está acontecendo no Afeganistão revela claramente a definição norte-americana de 'regras' e 'ordem'. Os EUA podem iniciar arbitrariamente uma intervenção militar em um país sem assumirem a responsabilidade pelo sofrimento da população do país em questão. Eles [EUA] podem decidir quando querem entrar e sair sem consultar a comunidade internacional ou mesmo seus aliados", assinalou o porta-voz em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (24).
Wenbin acrescentou que os EUA "podem difamar, reprimir, coagir e intimidar outros países sem pagar nenhum preço, em função da [política] 'América primeiro'. É este o tipo de ordem que querem os EUA. Sempre tentando defender seu egoísmo, sua intimidação e suas ações hegemónicas citando 'regras' e 'ordem'. Contudo, quantas pessoas realmente acreditam nisso?", questionou.
Na perspectiva de Washington, o gigante asiático reivindica quase todo o território marítimo da zona disputada, que para além de ser rico em recursos, é também onde passam anualmente trilhões de dólares em comércio marítimo. De igual forma, existem as reivindicações de outros quatro países do Sudeste Asiático, o que cria instabilidade entre a China e seus vizinhos e, logo, na região.
Pequim, por seu lado, tem denunciado repetidamente as ações norte-americanas no Indo-Pacífico, culpando os EUA por serem o verdadeiro desestabilizador, uma vez que interferem nos assuntos internos da região.
Ainda assim, a situação atual no Afeganistão parece ter complicado a mensagem de apoio de Washington para seus aliados asiáticos, despertando várias dúvidas sobre o compromisso dos EUA com seus aliados e parceiros.