Nesta terça-feira (24), o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, concedeu uma breve entrevista coletiva após a cúpula virtual do G7, de acordo o The Guardian.
Johnson disse que o G7 havia acordado um "roteiro para se envolver com o Talibã" (organização terrorista proibida na Rússia e em diversos países), mas que a "condição número um em que insistimos é uma passagem segura além de 31 de agosto para aqueles que querem deixar o país".
"Não acho que ninguém vai fingir que esta é outra coisa senão uma situação muito difícil, mas isso não significa que devemos ignorar a influência que temos […]. Queremos ajudar com a crise humanitária […], mas quando se trata de engajar-se com o Talibã, o G7 tem uma grande influência. O G7 concordou com um roteiro para um futuro envolvimento com o Talibã. […] A condição número um é garantir passagem segura além do dia 31, além dessa fase inicial, para quem quer sair do país", declarou.
Johnson também falou sobre fundos que podem ser futuramente descongelados para o Afeganistão, mas que tal ação só pode acontecer se o país "não voltar a se tornar um viveiro do terror, um narcoestado" e que "as meninas precisam ser educadas até os 18 anos e assim por diante", pois "essas são coisas importantes que valorizamos no G7".
Questionado sobre conseguir persuadir o presidente norte-americano, Joe Biden, a estender o prazo, ele se esquivou. No entanto, a mídia relata que Biden concordou em preparar "planos de contingência" para tirar as pessoas fora do prazo, se necessário.
Johnson destacou que desde o dia 14 de agosto, 9.000 pessoas já foram evacuadas do país afegão.
"São cidadãos do Reino Unido no Afeganistão, mas também são aqueles que nos ajudaram nas últimas duas décadas, e é o Reino Unido, mostrando seu compromisso, mostrando sua responsabilidade para com essas pessoas", disse o primeiro-ministro.
Já a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que "a conferência não resultou em novas datas" para uma evacuação após 31 de agosto. Entretanto, afirmou que Berlim está pronta para cooperar com o Paquistão e o Irã na acomodação de refugiados.
Além disso, declarou que o país germânico fornecerá ajuda imediata de € 100 milhões (R$ 616 milhões) ao Afeganistão e pode enviar futuramente mais € 500 milhões (R$ 3 bilhões).