Jeanine Áñez precisa de 'supervisão clínica permanente', diz psiquiatra após ferimentos na prisão

A autodeclarada presidente interina da Bolívia entre novembro de 2019 e outubro de 2020 sofre de desordem depressiva com ideação suicida e outras doenças, segundo um doutor que a visitou.
Sputnik

Jeanine Áñez, que se declarou de presidente interina da Bolívia entre 2019 e 2020, deve ser levada a uma instituição médica, recomendou um psiquiatra, citado na quinta-feira (26) pelo jornal El Deber.

"A paciente deve ser tratada em um hospital especializado, pois ela sofre de síndromes sistêmicas que requerem supervisão clínica permanente", disse Fernando Garitano-Zavala no relatório obtido pela mídia, após uma visita na segunda-feira (23) à Penitenciária Feminina de Miraflores em La Paz, Bolívia, onde ela se encontra.

Ele detalhou ainda que a paciente sofre de uma grande desordem depressiva com ideação suicida, provável polineuropatia periférica e síndrome conversiva dissociativa, hipertensão arterial sistêmica, entre outras doenças.

Por causa disso, o doutor recomendou que Áñez seja submetida a estudos complementares, incluindo uma eletromiografia dos membros superiores e da pelve e uma tomografia axial computadorizada (TAC) do crânio com contraste. Este procedimento já foi realizado em 18 de agosto em um hospital.

Em declarações ao El Deber, outro psiquiatra concordou que "ela deveria ser hospitalizada em um centro de especialidades porque é a coisa certa a fazer. […] Seus nervos são como um cabo de energia desgastado. Isso dói, causa fraqueza e é sério", comentou.

A ex-autodeclarada presidente da Bolívia publicou na terça-feira (24) um tweet dizendo que "sofre permanentemente", e que "vive em alerta, angustiada, sem descanso" porque não sabe o que lhe farão: "se a sedarão, a envenenarão ou a transferirão sem um destino conhecido".

No sábado (21) foi relatado que Jeanine Áñez "tentou se ferir", sendo que um policial chamou o evento de "tentativa de suicídio".

Áñez está em prisão desde março, depois que ela foi acusada de participar de um golpe de Estado no final de 2019. O na época presidente Evo Morales foi forçado a abandonar seu posto e buscar asilo na Argentina, levando Áñez a se declarar presidente interina da Bolívia em novembro desse ano.

Ela foi denunciada por oponentes e ONGs de praticar crimes contra direitos humanos e a liberdade de expressão, antes de perder em eleições presidenciais realizadas em 18 de outubro de 2020. Elas foram vencidas por Luis Arce, do Movimento ao Socialismo (MAS, na sigla em espanhol), o mesmo partido que Morales.

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