Talibã diz que 28 de seus membros morreram nas explosões em Cabul e promete reforçar segurança

Ao menos 28 membros do Talibã faleceram nas explosões que ocorreram na capital afegã, disse um responsável do grupo à Reuters, prometendo reforçar a segurança no aeroporto de Cabul para prevenir futuros ataques terroristas.
Sputnik

"Nós perdemos mais pessoas do que os americanos", disse uma personalidade oficial anônima do Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países) na sexta-feira (27), após uma série de explosões resultar ontem (26) na morte de dezenas de afegãos e de 13 soldados americanos. Ele adicionou que, ante o ataque mortífero, serão criados postos de guarda adicionais não só no Aeroporto Internacional Hamid Karzai em Cabul, mas em todos os aeródromos do país.

Segundo os últimos dados, 1.338 pessoas ficaram feridas na sequência de uma série de ataques terroristas na capital afegã, Cabul, confirmou uma fonte do Ministério da Saúde afegão na sexta-feira (27).

Um diplomata da OTAN, também falando sob anonimato, corroborou a alegação do funcionário, dizendo à Reuters que o Talibã vai reforçar a segurança e mobilizar forças adicionais para gerir as grandes multidões que se reuniram em torno do aeroporto de Cabul. Ele também instou o grupo a que investigue o ataque – pelo qual grupo Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), um ramo do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), reivindicou a responsabilidade – argumentando que o Talibã pode ter alguma culpa, uma vez que recentemente liberou uma série de prisioneiros que podem ter ligações com a organização infame.

"Os líderes do Talibã devem investigar a rede do Estado Islâmico em Cabul", disse. "Eles permitiram que milhares de prisioneiros saíssem das prisões nas últimas semanas; a segurança é responsabilidade deles."
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Enquanto o representante do movimento disse que o grupo vai mudar suas medidas de segurança, ele também afirmou que não vê nenhuma razão para estender o prazo de 31 de agosto para forças estrangeiras saírem do solo afegão – uma data inicialmente estabelecida pelo presidente Joe Biden, que repetidamente disse mantê-la.

O general Frank McKenzie, que lidera o Comando Central (CENTCOM) dos EUA, declarou que o Pentágono se prepara para ataques adicionais nos próximos dias, incluindo possíveis carros-bomba e foguetes disparados em direção ao aeroporto.

"Estamos fazendo tudo o que podemos para estarmos prontos", disse, acrescentando que alguns serviços de informações dos EUA tinham fornecido inteligência ao Talibã, e que acredita que "alguns ataques foram prevenidos por eles".

O Talibã é um velho inimigo do Estado Islâmico, em particular de sua célula Khorasan, que atua agora no Afeganistão e surgiu na província de Nangarhar em 2015. Nos combates com o grupo, Washington prestou periodicamente apoio aéreo aos combatentes talibãs, incitando por brincadeira os soldados americanos a se autoapelidarem de "força aérea do Talibã".

Alertas de segurança dos EUA, do Reino Unido e de funcionários do Talibã avisaram nos últimos dias para um potencial ataque no aeroporto de Cabul.

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