O Exército de Libertação Popular (ELP) da China esteve em alerta máximo e "monitorou de perto" dois navios de guerra dos EUA que navegaram pelo estreito de Taiwan na sexta-feira (27), tendo realizado múltiplos exercícios militares em ambos os lados do estreito no mesmo dia, informou no sábado (28) o jornal Global Times.
O coronel Tan Kefei, porta-voz do Ministério da Defesa da China, indicou que o Comando do Teatro Oriental do ELP, responsável por várias províncias ao longo da costa oriental da China, rastreou e monitorou o destróier de mísseis guiados USS Kidd, bem como o navio USCGC Munro, durante seu trânsito pelo estreito.
O oficial salientou que o ELP estava "em alerta máximo o tempo todo" para "salvaguardar resolutamente a segurança nacional e integridade territorial".
No mesmo dia, o coronel Shi Yi, porta-voz do Comando do Teatro Oriental, relatou que o comando enviou na sexta-feira (27) navios de guerra, caças e bombardeiros para exercícios no mar da China Oriental durante o trânsito dos navios norte-americanos. Os exercícios chineses teriam tido o objetivo de melhorar as "capacidades de combate conjunto integrado" das tropas e manobras semelhantes serão realizadas novamente no futuro, apontou.
Além disso, as forças de defesa antiaérea de Taiwan relataram na sexta-feira (27) que aeronaves do ELP entraram na autoproclamada Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ, na sigla em inglês) da ilha (não reconhecida por Pequim) e voaram até o ponto médio do estreito de Taiwan, antes de darem a volta em direção à China continental.
3 aeronaves do ELP (Y-8 antissubmarino e Z-8 x 2) entraram na ADIZ no sudoeste de Taiwan durante a manhã de 27 de agosto de 2021. Para mais informações, consulte nosso site oficial.
O Global Times sugeriu que as atividades do ELP foram uma demonstração de que Pequim tem "controle total da situação na região", e que as "atividades militares provocativas de Washington não podem mudar esta" situação.
Atividades dos EUA na região
O Ministério da Defesa da China emitiu um protesto formal sobre a passagem dos navios norte-americanos no sábado (28), denunciando a ação como provocadora e expressando "firme oposição e forte condenação" contra ela.
A Sétima Frota da Marinha dos EUA sublinhou que o trânsito dos navios era "legal" e que serviu como uma demonstração do "compromisso dos EUA com um Indo-Pacífico livre e aberto".
Apesar de reconhecer oficialmente a República Popular da China e a política de Uma Só China, em detrimento de Taiwan, Washington mantém relações com o território em uma abordagem conhecida como ambiguidade estratégica, realizando frequentes passagens navais pelo Indo-Pacífico, inclusive no estreito de Taiwan, que chama de "missões de liberdade de navegação".