China exige que navios estrangeiros reportem sua presença antes de entrarem em 'águas territoriais'

Embarcações que entrem em "águas territoriais" chinesas, bem como nas reivindicadas por Pequim, como o mar do Sul da China, deverão reportar sua entrada ao gigante asiático.
Sputnik

A Administração de Segurança Marítima da China informou que, de acordo com as novas medidas que passam a vigorar na quarta-feira (1º), as embarcações estrangeiras entrando no mar territorial chinês devem comunicar informações sobre o navio e sua carga às autoridades marítimas do gigante asiático, reporta o South China Morning Post.

Tais requisitos serão aplicados a submarinos, navios nucleares, navios que transportem materiais radioativos, petróleo, produtos químicos, gás liquefeito e outras substâncias tóxicas e perigosas e a outras embarcações que foram consideradas uma ameaça à segurança do tráfego marítimo do país, comunicou a administração na sexta-feira passada (27).

As exigências incluem o nome do navio estrangeiro, seu indicativo de chamada, localização e informação sobre qualquer mercadoria perigosa a bordo, segundo a mídia.

Caso a embarcação falhe em indicar todas as informações requeridas, a administração marítima aplicaria as leis, regulamentos e provisões relevantes para o caso.

Esta nova medida surge enquanto as tensões entre Pequim e Washington vêm se intensificando nos últimos meses, especialmente devido à presença militar das nações ocidentais lideradas pelos EUA na região disputada.

China exige que navios estrangeiros reportem sua presença antes de entrarem em 'águas territoriais'
Em julho deste ano, os militares chineses disseram ter "expulsado" um navio de guerra norte-americano que, segundo eles, entrou ilegalmente nas águas territoriais chinesas das Ilhas Paracel, conhecidas na China como ilhas Xisha e no Vietnã como ilhas Hoang Sa.

O Comando do Teatro do Sul do Exército de Libertação Popular (ELP) da China informou que a entrada do navio dos EUA ocorreu sem a aprovação do governo chinês, tendo não só violado a soberania chinesa como também colocado em risco a estabilidade do mar do Sul da China, aponta o South China Morning Post.

Até agora, o novo regulamento não detalha, oficialmente, as penalidades por descumprimento. Porém, Kang Lin, diretor-adjunto do Instituto Nacional de Estudos do Mar do Sul da China, disse que a administração marítima lidaria com as violações através de leis relevantes, incluindo a lei da Guarda Costeira da China, de modo a ordenar que as embarcações estrangeiras saiam imediatamente do território, utilizando também medidas como a expulsão coerciva.

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