Israel concorda em 'fortalecer' economia palestina na 1ª negociação de alto nível desde 2010

O ministro da Defesa de Israel Benny Gantz e o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas se reuniram na tarde de domingo (29) nas primeiras negociações de alto nível em mais de uma década, com Israel acordando em trabalhar para fortalecer a economia da Palestina.
Sputnik

Os dois políticos passaram horas juntos após o premiê israelense Naftali Bennett ter voltado de Washington. Durante a visita de Bennett, o presidente norte-americano Joe Biden, forte apoiador da solução de dois Estados no conflito Israel-Palestina, pediu ao premiê que dê passos "para melhorar as vidas dos palestinos e apoiar maiores oportunidades econômicas para eles".

Além disso, durante as conversações na Casa Branca, Bennett concordou em ajudar a Cisjordânia a lidar com a crise financeira, mas descartou qualquer medida que leve à independência palestina.

Gantz e Abbas se encontraram na cidade de Ramallah na Cisjordânia no domingo (30) e discutiram "todos os aspectos das relações palestino-israelenses", conforme a personalidade oficial da Autoridade Palestina Hussein al-Sheikh.

O ministro da Defesa de Israel foi mais específico em seu tweet na manhã desta segunda-feira (30):

Esta tarde [29], me encontrei com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, para discutir a política de segurança, questões civis e econômicas. Eu disse ao presidente Abbas que Israel busca tomar medidas que fortaleçam a economia da AP.

Ele não especificou os passos que o Estado judeu planeja dar, mas adicionou que os lados concordaram em continuar o diálogo.

A última vez em que altos funcionários israelenses e palestinos realizaram uma reunião presencial foi em 2010, logo depois que o então premiê de Israel Benjamin Netanyahu começou seu segundo mandato. Após isso, mesmo as ligações telefônicas se tornaram raras, à medida que as relações bilaterais se deterioravam e o processo de paz entre os lados parava.

A economia palestina está em extrema necessidade de assistência, uma vez que foi fortemente afetada pela pandemia, que impediu muitos locais de trabalharem em Israel, e pela queda significativa de ajuda financeira internacional. Em 2019, a Palestina recebeu cerca de US$ 300 milhões (R$ 1,56 bilhão) de apoio estrangeiro até o final de junho. Neste ano, a soma é apenas US$ 30,2 milhões (R$ 157 milhões).

Mesmo assim, um funcionário do gabinete do premiê Bennett advertiu contra tirar quaisquer conclusões sérias das conversações entre Gantz e Abbas, relatou o The Times of Israel. "É um encontro que trata de questões de segurança. Não há nem haverá processo diplomático com os palestinos", ressaltou.

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