O Comitê de Serviços Armados da Câmara trabalhou incansavelmente na quarta-feira (1º) para definir os gastos sob a Lei de Autorização de Defesa Nacional (NDAA, na sigla em inglês) anual. Os legisladores de ambos os partidos uniram forças para desafiar o desejo do presidente Joe Biden de manter o orçamento do Pentágono em US$ 715 bilhões (aproximadamente R$ 3,7 trilhões) para o próximo ano, essencialmente mantendo o mesmo nível do orçamento do ano passado.
Ao invés disso, um montante adicional de US$ 23,9 bilhões foi destinado à aquisição de armas, pesquisa e outras áreas. Tamanho impulso financeiro foi proposto pelo deputado e membro republicano do comitê Mike Rogers, do estado do Alabama.
"A adoção bipartidária da minha emenda envia um sinal claro: a apresentação do orçamento do presidente foi totalmente inadequada para acompanhar o ritmo de uma China em ascensão e de uma Rússia reemergente", disse ele.
"Espero que esta iniciativa bipartidária, e agora bicameral, seja compreendida pela administração Biden-Harris", acrescentou o legislador republicano.
Soldados dos EUA escoltam civis durante evacuação no Aeroporto Internacional Hamid Karzai Cabul, Afeganistão, 25 de agosto de 2021
© REUTERS / Marines dos EUA / Sargento Victor Mancilla / Handout
Por sua vez, Adam Smith, deputado democrata de Washington, argumentou que o dinheiro extra desincentivaria o Pentágono de conter o desperdício. Em sua opinião, o Departamento de Defesa precisa "fazer um melhor trabalho na aquisição e compras, fazer um melhor trabalho na antecipação de quais são as ameaças agora em comparação com o que eram há 30 anos", apontou Smith.
A retirada caótica dos EUA do Afeganistão deixou mais de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 31,2 bilhões) em fundos não gastos nos cofres do Pentágono que, por sua vez, foram anteriormente alocados para as forças de segurança afegãs, atualmente desmanteladas.
Apesar de democratas e republicanos se encontrarem em conflito na atribuição da culpa pela saída do Afeganistão e por outros erros visíveis de política externa, existe, no geral, um consenso bipartidário no que toca aos gastos do Pentágono.