Reabertura do consulado dos EUA em Jerusalém enviará 'mensagem errada' aos palestinos, diz Lapid

A reabertura do consultado americano em Jerusalém proposta pelo presidente Joe Biden é uma "má ideia" que vai enviar uma mensagem errada aos palestinos e à comunidade internacional, avisou o chanceler israelense Yair Lapid.
Sputnik
O Consultado Geral dos EUA em Jerusalém, que serviu de fato de embaixada americana para os palestinos desde meados dos anos 1990, foi fechado em março de 2019. O então presidente norte-americano, Donald Trump, declarou que a missão ficou irrelevante depois que ele removeu a embaixada dos EUA em Israel para Jerusalém, que é reivindicada como capital tanto por Israel, como pela Palestina.
Mas, depois de assumir a Casa Branca, Biden, que é forte apoiador da solução de dois Estados no conflito palestino-israelense, deixou claro que ele não vai seguir todas as políticas de seu predecessor, favoráveis a Israel.
Um dos passos anunciados pela administração Biden, em linha com a nova estratégia, foi a reabertura do consulado em Jerusalém.
Inicialmente, ele deveria começar a funcionar em maio deste ano, mas, de acordo com funcionários israelenses, Washington concordou em adiar a reabertura até novembro, para que o novo governo de Israel pudesse aprovar o orçamento e evitar conflitos na fragmentada coalizão de poder.
Filha de Donald Trump, Ivanka Trump, e o secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin, revelam placa de inauguração durante a cerimônia de abertura da nova embaixada norte-americana em Jerusalém, 14 de maio de 2018
Segundo relatos, o assunto foi tocado de novo durante a visita do premiê israelense Naftali Bennett, na semana passada, a Washington, com Biden deixando claro que seu plano para reabrir a missão ainda estava em cima da mesa.
"Pensamos que é má ideia e dissemos à América que achamos uma má ideia", contou Lapid durante o briefing na quarta-feira (1º).
Tal passo de Washington "enviará uma mensagem errada, não apenas para a região, não apenas para os palestinos, mas também para outros países, e nós não queremos que isso aconteça", adicionou.
De acordo com o chanceler, isso pode também "desestabilizar" o que ele chamou de "interessante mas ainda delicada" estrutura do governo israelense. "Não acho que a administração americana deseje que isso aconteça", ressaltou.
O novo primeiro-ministro do país Bennett foi bastante assertivo quando questionado sobre a reabertura do consulado de Jerusalém pelo jornal The New York Times no mês passado: "Jerusalém é a capital de Israel. Não a capital de outras nações".
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