Pesquisadores de vários países afirmam que descobriram mais sobre a mecânica das erupções de supervulcões, escreve na sexta-feira (3) o portal EurekAlert.
Durante o curso de seu estudo, que foi publicado na revista Communications Earth & Environment, os pesquisadores se concentraram no magma da supererupção de Toba, que ocorreu há cerca de 75.000 anos no local do atual lago Toba em Sumatra, Indonésia, e analisaram minerais como feldspato e zircônio, que "contêm registros independentes de tempo baseados no acúmulo de gases argônio e hélio como cápsulas de tempo nas rochas vulcânicas", detalha o EurekAlert.
Como explicou Martin Danisik, professor associado do Centro de Pesquisa John de Laeter da Universidade de Curtin, Austrália, a equipe de cientistas foi capaz de mostrar "que o magma continuou saindo dentro da caldeira, ou depressão profunda criada pela erupção do magma, durante 5.000 a 13.000 anos após a supererupção, e depois a carapaça de magma de sobra solidificada foi empurrada para cima como uma casca de tartaruga gigante".
"As descobertas desafiaram o conhecimento existente e o estudo das erupções, que normalmente envolvem a busca de magma líquido sob um vulcão para avaliar o perigo futuro. Devemos agora considerar que erupções podem ocorrer mesmo que nenhum magma líquido seja encontrado debaixo de um vulcão - o conceito do que é 'eruptível' precisa ser reavaliado", sugeriu Danisik, apontando que a ameaça de isso ocorrer persiste por milhares de anos.
"Aprender quando e como o magma eruptível se acumula, e em que estado o magma está antes e depois de tais erupções, é crítico para entender os supervulcões", observou ele também.
O acadêmico notou que "as supererupções estão entre os eventos mais catastróficos da história da Terra", uma vez que acabam "ventilando enormes quantidades de magma quase instantaneamente", e podem "impactar o clima global a ponto de levar a Terra a um 'inverno vulcânico', que é um período anormalmente frio, que pode resultar em fome generalizada e ruptura populacional".
"Aprender como funcionam os supervulcões é importante para compreender a ameaça futura de uma supererupção inevitável, que acontece cerca de uma vez a cada 17.000 anos", acrescentou o professor associado, cuja pesquisa foi realizada em conjunto com a Universidade Estadual do Oregon, EUA, a Universidade de Heidelberg, Alemanha, e a Agência Geológica da Indonésia.