Peter Hultqvist, ministro sueco da Defesa reafirmou na quinta-feira (2) o ceticismo sueco em relação a uma força militar unida da União Europeia (UE), cuja criação foi novamente discutida após a retirada do Afeganistão, particularmente por Josep Borrell, alto representante da UE para Relações Exteriores.
Hultqvist, por sua vez, tem sido mais reservado em relação à proposta.
"Não vejo isso como a linha principal para resolver estes problemas", disse ele à Rádio Sueca. Em vez disso, o ministro apontou a cooperação com os EUA e o vínculo transatlântico como cruciais para a defesa da Europa.
"Esta ligação deve ser mantida porque é muito importante para o equilíbrio em nossa parte do mundo, especialmente considerando o que está acontecendo na Rússia", afirmou o alto responsável sueco, alegando uma suposta ameaça russa, segundo a mídia.
A postura de Hultqvist levou a uma série de artigos de "falcões" e lobistas da OTAN.
O jornal Expressen publicou na quinta-feira (2) um artigo de opinião intitulado "A OTAN é a resposta que você está tentando procurar, Hultqvist".
"Já existe uma organização cujo objetivo e especialidade é proteger a Europa. Sob a bandeira azul da OTAN, as forças de defesa da Europa têm treinado e lutado lado a lado. Há a capacidade de liderar, tomar decisões e realizar operações quando e onde for necessário", disse a colunista Linda Jerneck.
"A Europa e a Suécia não podem passar sem os EUA e a OTAN", sugeriu na sexta-feira (3) o jornal Dagens Nyheter, dizendo que "a OTAN existe e está funcionando bem". Nas palavras do colunista Gunnar Jonsson, "duplicar a aliança enfraqueceria ela, de fato".
O jornal Dagens Industri publicou na quinta-feira (2) um artigo de opinião com uma manchete direta: "Diga não a um Exército da UE e sim à OTAN". A colunista Frida Wallnoor defendeu que a OTAN está "sem dúvida, melhor posicionada para organizar potenciais operações".
A Suécia tem sido frequentemente chamada de "não-alinhada apenas no nome" devido à sua crescente cooperação com a OTAN, sem integrar formalmente a aliança. Nos últimos anos, apelos para formalizar uma relação cada vez mais estreita têm sido feitos por vários partidos no país, incluindo o maior partido da oposição, os liberais-conservadores Moderados, mas os social-democratas no poder têm resistido a esse passo.