De acordo com os números divulgados na quinta-feira (2), as reservas totais da Rússia ascendem atualmente ao equivalente a US$ 615,6 bilhões (R$ 3,19 trilhões), aumentando em 3,4%, ou cerca de US$ 20 bilhões (R$ 103,73 bilhões), entre 20 e 27 de agosto.
O Banco Central confirmou que US$ 17,5 bilhões (R$ 90,77 bilhões) do dinheiro dos direitos especiais de saque (DES) alocado pelo Fundo Monetário Internacional constituíram a maioria do aumento.
O recorde anterior da Rússia foi estabelecido no final de maio de 2021, quando elas ascenderam a US$ 605,9 bilhões (R$ 3,14 trilhões).
Na semana passada, o FMI distribuiu cerca de US$ 650 bilhões (R$ 3,37 trilhões) de empréstimos em DES sem juros para seus membros, ostensivamente como parte do esforço do Fundo para adicionar liquidez no sistema econômico global, bem como para reabastecer as reservas cambiais e reduzir a dívida das nações em meio à crise do coronavírus.
Para a Rússia, a transferência foi a primeira desde a crise financeira mundial de 2009. Os Estados podem utilizar os empréstimos DES a sua própria discrição, combatendo a dívida, aumentando reservas, ou mesmo transferindo o dinheiro para outros países.
As reservas do Fundo de Riqueza Nacional (NWF, na sigla em inglês) da Rússia, as quartas maiores no mundo, são calculadas de modo a incluir todos os ativos de elevada liquidez à disposição do Banco Central e do governo russo: esses são ouro monetário, assistência DES e moeda estrangeira.
A Rússia é uma das poucas nações do mundo com capacidade de liquidar completamente sua dívida externa utilizando apenas as reservas. Anteriormente neste ano, a Câmara de Contas da Rússia calculou que a dívida nacional russa tinha atingido US$ 274,7 bilhões (R$ 1,42 trilhão), ou 17,7% do PIB projetado do país. Se todos os credores do Estado russo cobrassem suas dívidas de uma só vez, Moscou ainda teria mais de US$ 340 bilhões (R$ 1,76 trilhão) em suas reservas.
Mesmo que Moscou tenha continuado construindo sua almofada financeira para tempos difíceis, a Rússia reduziu sua participação em dívida do Tesouro dos EUA e em dólares dos EUA, eliminando completamente a moeda americana do Fundo de Riqueza Nacional e substituindo-a pelo euro, yuan e ouro no início de junho passado.