A Força Aérea da ilha autogovernada de Taiwan autorizou no domingo (5) a decolagem de aeronaves, depois que o Ministério da Defesa informou que 19 aviões da China, incluindo bombardeiros com capacidade nuclear, invadiram a Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ, na sigla em inglês).
Os sistemas de mísseis de Taipé também monitoraram o movimento dos aviões de Pequim, que ocorreram principalmente na parte sudoeste de sua ADIZ, perto das Ilhas Pratas, controladas por Taiwan.
Caça chinês J-16
© AP Photo / Ministério da Defesa de Taiwan
Um mapa fornecido pelo Ministério da Defesa de Taiwan indicou que, nesta ocasião, aeronaves chinesas voaram através de uma área mais próxima da costa chinesa do que a de Taiwan. A violação foi, portanto, estimada como acontecendo a nordeste das Ilhas Pratas.
De acordo com as autoridades de defesa de Taiwan, a missão chinesa envolveu 10 caças J-16 e quatro caças Su-30, quatro bombardeiros H-6, capazes de transportar armas nucleares, e um avião antissubmarino.
Ainda não houve nenhuma declaração das autoridades chinesas sobre a incursão de aeronaves.
Uma Só China?
Taiwan, que se separou da China durante uma guerra civil que resultou na tomada de controle no continente pelo Partido Comunista em 1949, tem criticado veementemente as frequentes missões realizadas pela Força Aérea da China nas proximidades da ilha nos últimos anos.
Acredita-se que a China realiza tais missões como um aviso a Taiwan, descrevendo suas atividades como necessárias para proteger a soberania do país e responder ao "conluio" entre Taipé e Washington.
Pequim prometeu retaliar contra a aprovação da primeira venda de armas pelos EUA a Taiwan pela administração do presidente norte-americano Joe Biden no início de agosto. O Ministério das Relações Exteriores da China denunciou o pacote de venda de armas no valor de US$ 750 milhões (R$ 3,89 bilhões) como uma violação da soberania e dos interesses de segurança da China.
A política oficial de Pequim prevê uma unificação pacífica de Taiwan com a China continental. As autoridades chinesas se engajaram em rodadas de conversações com as autoridades do território autogovernado para esse fim ao longo de várias décadas. Em julho, em um discurso em comemoração ao 100º aniversário do Partido Comunista da China, Xi Jinping, presidente da China, prometeu prosseguir na reunificação com Taiwan, que considera parte integral da China.
Taipé, por sua vez, diz que quer diálogo com Pequim, mas que não pode aceitar a proposta de "um país, dois sistemas".