A chave para resolver o mistério reside, segundo os cientistas, nos gases do efeito estufa, altamente perigosos nos dias de hoje.
No século XX, os astrônomos estabeleceram que as estrelas, incluindo o Sol, brilhavam de maneira diferente ao longo de sua vida, quanto mais jovens, menos resplandeciam, e vice-versa.
Os trabalhos científicos demonstraram que há 3,77 bilhões de anos, no momento do nascimento da vida na Terra, o Sol brilhava 75% menos que hoje, o que não era suficiente para manter a água em estado líquido, componente indispensável para o desenvolvimento da vida. No entanto, não encontraram no planeta sinais de eras do gelo por esse motivo.
Essa "regularidade" foi descrita pela primeira vez por Carl Sagan e George Mullen em 1972, e foi denominada como "o paradoxo do jovem Sol fraco".
Desde então, muitos cientistas trataram de resolver um dos principais mistérios da correlação entre a Terra e a única estrela em nosso sistema planetário. Na maioria das vezes, o paradoxo foi explicado por fatores astrofísicos ou pela composição da atmosfera do Planeta Azul.
Cientistas da Universidade de Viena e da Academia Austríaca de Ciências tentaram explicar a manutenção da água líquida na Terra pelo alto nível de dióxido de carbono e gás nitrogênio na atmosfera de nosso planeta.
Para o cálculo de porcentagem de CO2 e N2 na atmosfera, os cientistas se basearam na atividade dos raios ultravioleta do Sol, considerando que são absorvidos ativamente por esses gases de efeito estufa.
Dado o nível da atividade solar, os cientistas austríacos calcularam que, para combater os raios ultravioletas, a porcentagem mínima de gases de efeito estufa era de aproximadamente 40%.
Tal composição do ar no planeta também permitiu manter a temperatura necessária para que houvesse água líquida. Em comparação, atualmente há apenas 0,04% de CO2 no ar, supostamente mil vezes menos que no início da história do planeta.