Pequim se opõe ao constante aumento da teoria da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sobre uma ameaça nuclear da China, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, nesta terça-feira (7).
"A China expressa preocupação séria e se opõe resolutamente à constante divulgação da teoria da ameaça nuclear chinesa pela OTAN. A China sempre aderiu à natureza defensiva de sua estratégia nuclear e manteve seu potencial nuclear no nível mais baixo, de acordo com as necessidades de segurança do Estado", afirmou em Wang durante entrevista coletiva, acrescentando que a Aliança Atlântica deveria abandonar a política de compartilhamento nuclear em prol do controle de armas.
Ainda de acordo com o diplomata, a OTAN deve retirar grande parte de suas armas nucleares implantadas em toda a Europa e garantir que os EUA assumam responsabilidade especial por uma redução significativa de seu próprio arsenal, de modo que o desarmamento nuclear seja completo e abrangente, afirmou o porta-voz.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, fala durante uma reunião diária no Ministério das Relações Exteriores em Pequim. Foto de arquivo
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"A China adere estritamente à sua política de nunca ser a primeira a usar armas nucleares em quaisquer circunstâncias, Pequim assumiu um compromisso claro e incondicional de não usar ou ameaçar usar armas nucleares contra países sem armas nucleares e zonas livres de armas nucleares", garantiu Wang, ressaltando que a China não representa uma ameaça para nenhum país, a menos que seja visada ou ameaçada primeiro.
EUA preocupados
Na segunda-feira (6), o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, afirmou na conferência anual sobre armas de destruição em massa que, embora a Rússia se recuse a cumprir as regras internacionais de controle de armas, a China está expandindo rapidamente seu arsenal nuclear, incluindo a construção em grande escala de novos silos para mísseis nucleares.
Na semana passada, o general recém-aposentado James Michael Holmes afirmou que a China possui armar nucleares suficientes para 'destruir os EUA' e que o país asiático é uma ameaça existencial para Washington: "11 de setembro não foi um evento existencial para os EUA, foi uma tragédia terrível, mas como povo continuámos nosso caminho [...]. A ameaça colocada pela República Popular da China é uma ameaça muito maior do que aquela e representa, literalmente, uma ameaça existencial para os EUA".
De acordo com Wang, Pequim nunca participou da corrida armamentista nuclear e não implantou armas nucleares fora do país. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China concluiu que as forças nacionais não teriam como alvo países que não tenham a intenção de ameaçar ou prejudicar a soberania, segurança e território integridade da China.