Pressionado por diferentes lideranças para se posicionar após a postura do presidente, Jair Bolsonaro, nos atos de ontem (7), nesta quarta-feira (8), o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) fez pronunciamento em rede nacional.
Lira defendeu as urnas eletrônicas e disse que o Brasil tem "compromisso inadiável" no dia 3 de outubro do ano que vem, data marcada para as eleições presidenciais.
"O único compromisso inadiável e inquestionável está marcado para 3 de outubro de 2022, com as urnas eletrônicas. São as cabines eleitorais, com sigilo e segurança, em que o povo expressa sua soberania. Que até lá tenhamos todos serenidade e respeito às leis", afirmou Lira citado pelo G1.
Vale lembrar que na época da votação da PEC do voto impresso, Lira disse que Bolsonaro se comprometeu a não voltar ao tema caso o projeto fosse derrotado, mas mesmo assim, o chefe do Executivo usou os atos de ontem (7) para incitar a população a favor do voto impresso.
O presidente da Câmara também pediu pacificação entre os Poderes, e disse que é hora de "acabar com a escalada de looping negativo" que tomou conta do país.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, caminha ao Congresso Nacional em Brasília para discurso, 8 de setembro de 2021
© REUTERS / Adriano Machado
"Conversarei com todos, e com todos os Poderes. É hora de dar um basta a essa escalada em um infinito looping negativo. Bravatas em redes sociais, vídeos e um eterno palanque deixaram de ser um elemento virtual e passaram a impactar o dia a dia do Brasil de verdade", declarou.
Lira também afirmou que "não quer ver mais espaço para radicalismos e excessos", e que está aberto a conversas e negociações para acalmar os ânimos.
"[A Câmara] estende a mão aos demais Poderes para que se voltem ao trabalho encerrando desentendimentos. Temos a nossa Constituição, que jamais será rasgada", disse o presidente citado pelo UOL.
Parece que Lira vem mudando o tom ao ser pressionado por diferentes lideranças políticas para abrir um processo de impeachment contra Bolsonaro. Hoje, há mais de 100 pedidos de impeachment sob a guarda do presidente da Câmara.
Apesar de se posicionar após os atos, no fim de agosto, Lira minimizou as manifestações e disse que "quem pauta o país é o presidente", conforme noticiado.