Ex-presidente Ghani pede desculpa aos afegãos por não ter conseguido 'terminar de forma diferente'

O ex-presidente do Afeganistão emitiu um comunicado onde pediu desculpa aos afegãos por não ter conseguido "terminar de forma diferente".
Sputnik
O ex-presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, que deixou Cabul após tomada do poder pelo Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), disse em comunicado que deixou a capital por conselho de seu serviço de segurança a fim de prevenir vítimas em massa na sequência de possíveis confrontos nas ruas.
"Eu devo ao povo afegão uma explicação por ter deixado Cabul abruptamente em 15 de agosto, depois que o Talibã entrou na cidade inesperadamente", diz um trecho do comunicado de Ghani.
"Deixar Cabul foi a decisão mais difícil de minha vida, mas eu acreditava que era o único caminho para manter as armas em silêncio e salvar Cabul e seus 6 milhões de cidadãos", admitiu.
"Eu parti a pedido da segurança do palácio [presidencial], que me aconselhou que ao permanecer arriscaria desencadear a mesma luta horrível de rua em rua que a cidade tinha sofrido durante a Guerra Civil nos anos de 1990", continuou.
Comunicado de 8 de setembro de 2021
"É com um lamento grande e profundo que meu próprio capítulo terminou em tragédia semelhante à de meus predecessores – sem garantir estabilidade e prosperidade. Peço desculpas ao povo afegão que eu não tenha conseguido terminar de forma diferente", conforme suas palavras.
Ghani acrescentou que seu compromisso com o povo afegão nunca vacilou e vai guiá-lo até o fim de sua vida.

Ghani quer uma auditoria liderada pelas Nações Unidas

Além do mais, o ex-presidente disse que ele desejaria uma auditoria sob os auspícios das Nações Unidas ou de organismos independentes para provar que ele não tinha tirado dinheiro do país.
Ghani negou as alegações de que ele teria retirado milhões de dólares durante sua saída do Afeganistão e qualificou esses rumores como "categoricamente falsos" e infundados.
"Eu saúdo uma auditoria oficial ou investigação financeira sob os auspícios das Nações Unidas ou qualquer outro organismo independente apropriado para provar a veracidade de minhas declarações aqui", conforme o comunicado publicado no Twitter.
Ele declarou que em breve vai contar detalhadamente sobre sua saída inesperada do país e sobre as circunstâncias precedentes.
Os militantes do Talibã entraram na capital da nação centro-asiática em 15 de agosto e tomaram o palácio do presidente sob seu controle. O então presidente Ashraf Ghani renunciou a seu cargo e fugiu o país de modo a evitar que o Talibã "massacrasse" pessoas. Três dias depois, ele falou em videoconferência dos Emirados Árabes Unidos, durante a qual prometeu voltar ao país no futuro próximo.
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