Mídia revela como EUA financiaram pesquisas de coronavírus de morcegos na China

Os EUA entregaram mais de US$ 3 milhões para pesquisas sobre coronavírus em morcegos e transmissão aos humanos, atribuindo subsídios a várias organizações científicas, incluindo o Instituto de Virologia de Wuhan, segundo mídia.
Sputnik
O portal The Intercept alega ter obtido um documento de 900 páginas sobre o trabalho da organização não governamental EcoHealth Alliance, com sede nos EUA, que usou dinheiro federal para financiar pesquisas sobre coronavírus em morcegos em um laboratório chinês, incluindo a informação sobre o dinheiro entregue de 2014 a 2019.
A EcoHealth Alliance teria concedido um total de US$ 3,1 milhões (R$ 16 milhões), incluindo US$ 599.000 (R$ 3,1 milhões) para o Instituto de Virologia de Wuhan, montante que foi usado parcialmente para identificar e modificar os coronavírus de morcegos que poderiam infetar os humanos.
As pesquisas envolveram pessoas que trabalhavam com animais vivos. Mesmo antes da pandemia, muitos cientistas estavam preocupados com o perigo potencial de tais experimentos. A proposta de subsídio revela algumas destas preocupações.
"Os trabalhos de campo envolvem um maior risco de exposição ao SARS ou outros CoV durante os trabalhos em cavernas com alta densidade de morcegos e possibilidade de respirar poeira fecal", indica o documento citado pelo portal.
Comentando os dados sobre os subsídios atribuídos, o gerente de comunicação da EcoHealth Alliance, Robert Kessler, disse que a organização requereu de fato fundos para investigação, que foram aprovados.
"Solicitamos bolsas para conduzir pesquisas. Os órgãos competentes consideraram que se tratava de uma pesquisa importante e a financiaram. Portanto, não sei se há muito mais a dizer", afirmou Kessler.
O subsídio foi incialmente concedido para o período de cinco anos, de 2014 a 2019. O financiamento foi renovado em 2019, mas foi suspenso pela administração Trump em abril de 2020.
Comentar