Anvisa: documentos do Butantan sobre lotes interditados de CoronaVac são insatisfatórios
Nesta quarta-feira (8), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária notificou que os documentos enviados pelo Instituto Butantan sobre os lotes interditados são insuficientes para retirar dúvidas. No sábado (4), a Anvisa suspendeu temporariamente a aplicação de doses dos 25 lotes do imunizante CoronaVac que foram fabricados pela Sinovac em uma fábrica chinesa não autorizada pela agência brasileira. De acordo com a nota emitida pela agência, citada no portal G1, "o Instituto Butantan não apresentou o relatório de inspeção emitido pela autoridade sanitária, essencial para avaliação das condições de aprovação da planta, que podem incluir compromissos e condicionais para permitir a operação no local". Assim, a análise de risco pelo Butantan não responde às incertezas sobre o local de produção da vacina. Por sua vez, o instituto criou a força-tarefa para atender todas as demandas da Anvisa no assunto. Entretanto, o Brasil confirmou mais 250 mortes e 14.320 casos de COVID-19, totalizando 584.458 óbitos e 20.925.899 diagnósticos da doença, informou o consórcio entre secretarias estaduais de saúde e veículos de imprensa.
Frascos de vacinas (da esquerda para a direita) Pfizer, CoronaVac e AstraZeneca
© Folhapress / Karime Xavier
Fux após fala de Bolsonaro: desprezar decisões da Corte configura crime de responsabilidade
Ontem (8), o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luis Fux, reagiu às declarações ameaçadoras do presidente Jair Bolsonaro durante as manifestações de 7 de setembro. No pronunciamento no início da sessão do STF, Fux destacou que os atos de protesto ocorreram de forma pacífica e salientou o empenho de forças de segurança durante as manifestações. No que diz respeito ao discurso do chefe do Executivo, que disse que não vai cumprir mais decisões do ministro Alexandre de Moraes, o presidente do STF afirmou que o incentivo ao descumprimento de decisões da Corte é inaceitável. Descredibilização do Supremo e discurso de ódio contra ele, bem como a propagação de tais ideias entre os cidadãos pelo presidente "são práticas antidemocráticas e ilícitas, intoleráveis", segundo palavras de Luis Fux. Embora o ministro não tenha citado nominalmente o presidente Bolsonaro, ele afirmou que desprezar decisões judiciais por parte "do chefe de qualquer dos Poderes" constitui crime de responsabilidade, adicionando também que ninguém fechará o STF.
Policiais próximo a um bloqueio barrando acesso à sede do STF do Brasil para motoristas e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, Brasília, 8 de setembro de 2021
© AP Photo / Eraldo Peres
Talibãs prometem organizar eleição geral; resistência diz controlar 65% de Panjshir
Após o anúncio da composição do governo provisório do Afeganistão, o Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) prometeu organizar eleições gerais no país, segundo o canal de televisão Al-Jazeera. "Na etapa seguinte, vão ocorrer as eleições, das quais participarão todas as camadas da sociedade afegã", informou a emissora na quarta-feira (8). Porém, não foi detalhado quando ocorrerá a votação e quem poderá ser eleito. O governo transitório do Afeganistão foi anunciado em 7 de setembro e incluiu membros do Talibã que estiveram no início da fundação do movimento. Todos os membros são homens, o que provocou duras críticas, mesmo no país. No entanto, segundo anunciou o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, no futuro as mulheres integrarão o governo: "É um governo provisório. Vamos ter cargos para mulheres sob a lei Xaria. É um começo, mas encontraremos lugar para mulheres. Elas vão ter a possibilidade de ser parte do governo. Será nossa segunda etapa", disse o porta-voz ao canal francês BFMTV. Enquanto isso, Panjshir continua sendo a única província fora do controle dos talibãs. A Frente de Resistência no vale de Panjshir está controlando agora 60-65% do território da província, disse o representante da resistência, Ali Nazary: "Todas as posições estratégicas em Panjshir estão sob nosso controle", disse ele ao CNN. Segundo ele, o Talibã sofreu perdas graves e em breve a região "será completamente limpa" dos militantes do movimento.
Combatentes do Talibã na província de Panjshir, Afeganistão, 8 de setembro de 2021
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Coreia do Norte celebra 73º aniversário de sua fundação
A Coreia do Norte celebrou hoje (9) 73 anos de sua fundação com um desfile militar noturno na capital, relatou a mídia estatal KCNA. Kim Jong-un, o líder do país, participou do evento, enquanto forças paramilitares e de segurança pública da Guarda Vermelha Operário-Camponesa, a maior força de defesa civil no país, marcharam na praça Kim Il Sung, em Pyongyang. A parada contou com estudantes carregando rifles, pessoal usando máscaras de gás e trajes de proteção laranja e unidades paramilitares mecanizadas. Mas, a julgar pelas imagens, ninguém usava máscaras de proteção facial. Algumas armas convencionais também foram exibidas, incluindo vários lançadores de foguetes e veículos carregando mísseis antitanque. Mas nenhum míssil balístico foi visto nem mencionado nos relatos, e Kim não discursou, ao contrário de outubro passado. Yang Moo-jin, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos em Seul, disse à Reuters que a ausência de armas estratégicas e o foco nas forças de segurança pública mostram que Kim está focando mais nos assuntos internos: "O desfile parece ser estritamente concebido como um festival doméstico, destinado a promover unidade nacional e solidariedade ao regime". Enquanto isso, o presidente russo Vladimir Putin enviou uma mensagem de felicitações ao líder norte-coreano a propósito do evento, sublinhando que "as relações entre os dois Estados se baseiam nas boas tradições de amizade e no respeito mútuo", relatou a KCNA.
Desfile militar dedicado ao 73º aniversário da fundação do país, praça de Kim Il Sung, Pyongyang, 9 de setembro de 2021
© REUTERS / KCNA
Biden pede renúncia de funcionários nomeados por Trump
O presidente dos EUA, Joe Biden, pediu na quarta-feira (8) a algumas pessoas nomeadas para conselhos consultivos da Academia Militar durante a administração Trump para que renunciem a seus cargos, conforme a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki. Pessoas próximas do ex-presidente Donald Trump, incluindo o ex-assessor sênior Kellyanne Conway, o ex-secretário de imprensa da Casa Branca Sean Spicer e o ex-assessor de Segurança Nacional Herbert McMaster, foram nomeados para cargos nos conselhos consultivos das Academias Militares dos EUA em West Point e Colorado Springs. Jen Psaki explicou que os requisitos de Biden para estas posições não são de afiliação partidária, mas de qualificação e alinhamento com os valores da administração: "Sim, nós [pedimos aos nomeados para se demitirem] e o objetivo do presidente é o de qualquer presidente: garantir que vocês têm nomeados e pessoas qualificadas que servem nestes conselhos e que estão alinhados com seus valores", afirmou. "Vou deixar que outros avaliem se eles acham que Kellyanne Conway e Sean Spicer e outros eram qualificados", adicionou a secretária. O jornal Politico sublinha que, a partir do momento da posse de Biden, a Casa Branca tem procurado por diversas formas afastar as personalidades nomeadas por Trump. Em particular, em março, o Departamento de Segurança Nacional demitiu diversos funcionários do conselho consultivo da entidade.
Presidente Joe Biden tira selfie durante evento em homenagem aos sindicatos na Casa Branca em Washington, 8 de setembro de 2021
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Índia acolhe 13ª cúpula BRICS, em formato virtual
A 13ª cúpula do BRICS acontecerá hoje (9) em formato virtual na Índia, em Nova Deli, e é a terceira vez que a capital indiana acolhe o grupo. Os líderes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul vão discutir uma ampla variedade de assuntos, como reformas do sistema multilateral, contraterrorismo, as metas de desenvolvimento sustentável, ferramentas digitais e tecnológicas e a promoção do intercâmbio de pessoas. Em 2021, a organização celebra 15 anos de sua formação. A cúpula é subordinada ao tema: "BRICS 15: Cooperação Inter-BRICS para Continuidade, Consolidação e Consenso". A agenda da cúpula também vai incluir discussões do impacto da pandemia, entre outros assuntos regionais e globais. Hoje (9), o presidente da China, Xi Jinping, vai participar do evento via teleconferência, por convite do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. O presidente Vladimir Putin também deve participar da cúpula. Com mais de 40% da população mundial, os cinco países do BRICS representam 24% do PIB global e 16% do comércio mundial.