"Da mesma forma como nós podemos deixar pegadas na areia, as geleiras deixam uma marca na terra sobre a qual deslizaram", explica James Kirkham, geólogo do British Antarctic Survey e da Universidade de Cambridge e autor do estudo publicado na Geology.
A equipe de cientistas mapeou "vales em túnel" criados por este gelo antigo. Estes vales, ou canais, são os restos de sistemas massivos de rios que fluíam por baixo das camadas de gelo, alimentados pela água do derretimento, enquanto as temperaturas aumentavam e o gelo desaparecia.
Relíquias da Era do Gelo descobertas embaixo do mar do Norte. Cientistas criaram mapas espetaculares de mundos submersos embaixo do mar do Norte, revelando enormes canais formados durante a última Era do Gelo.
De acordo com a revista Cosmos Magazine, cada um destes canais está esculpido na rocha centenas de metros abaixo do fundo do mar do Norte.
Para encontrar e mapear as características detalhadamente, a equipe utilizou a tecnologia 3D de reflexão sísmica.
"Estas características delicadas nos falam sobre como a água se moveu através dos canais embaixo do gelo e até mesmo como o gelo simplesmente estagnou e derreteu", afirmou Kelly Hogan, coautora do estudo.
Os mapas gerados destes antigos canais serão comparados com as características das geleiras modernas, fornecendo pistas de como estas antigas camadas de gelo se comportaram enquanto retrocederam, e como as modernas geleiras, como as da Antártica e Groenlândia, podem se comportar com a mudança climática.
"Como resultado, usando estes antigos canais para entender como o gelo vai responder às mudanças das condições com o aquecimento climático é extremamente relevante e oportuno", concluiu Hogan.