SP tem falta da vacina AstraZeneca para 2ª dose, mas pretende normalizar sua aplicação na semana que vem
Na quinta-feira (9), o governo de São Paulo anunciou ter falta de doses da vacina AstraZeneca para aplicação da segunda dose e está cobrando o Ministério da Saúde o envio de mais doses do imunizante. Segundo o estado de SP, a Saúde não entregou cerca de um milhão de doses da vacina AstraZeneca, o que resultou na falta nos postos de saúde de 645 cidades. No entanto, a pasta apontou que já enviou as doses destinadas para o estado paulista, mas ele as usou como primeira dose, contrariando as recomendações do Programa Nacional de Imunizações. "As 2,8 milhões de doses não foram enviadas porque o prazo de intervalo entre a primeira e segunda dose só se dará no final do mês", destacou o ministério. Enquanto isso, o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, disse que o município planeja normalizar a aplicação do imunizante AstraZeneca a partir do dia 13 de setembro. A cidade, assim como o estado, está com falta da vacina para imunização com segundas doses. Entretanto, o Brasil confirmou mais 747 mortes e 32.353 casos de COVID-19, totalizando 585.205 óbitos e 20.958.252 diagnósticos da doença, informou o consórcio entre secretarias estaduais de saúde e veículos de imprensa.
Posto de vacinação na UBS Santa Cecília, São Paulo, 9 de setembro de 2021
© Folhapress / Rubens Cavallari
Após ameaças ao STF, Bolsonaro recua, emitindo 'Declaração à Nação'
Nesta quinta-feira (9), o presidente Jair Bolsonaro divulgou uma nota intitulada "Declaração à Nação" na qual afirmou que não teve "nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes" e atribui as palavras "contundentes" anteriores ao "calor do momento". O texto foi emitido na tentativa de suavizar suas declarações durante o ato político em 7 de setembro, onde Bolsonaro afirmou que não mais cumpriria decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes e também fez uma ameaça ao presidente da Corte, ministro Luiz Fux. Segundo escreve o portal G1, o chefe do Executivo emitiu a declaração a conselho do ex-presidente Michel Temer, com o qual teve um almoço. Ao discutir a crise institucional no país, Temer orientou o presidente atual a divulgar um manifesto para apaziguar a situação. "Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional", diz o texto. Entretanto, horas depois de sua divulgação, na live semanal, Bolsonaro afirmou não haver "nada de mais" na nota e voltou a questionar as urnas eletrônicas e a provocar o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso.
Joe Biden e Xi Jinping realizam 1ª negociação em 7 meses
O presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente da China, Xi Jinping, conversaram pela primeira vez em sete meses na quinta-feira (9), com ambos os líderes afirmando não desejar um conflito, mas segurando terreno na concorrência feroz entre as potências. Durante a ligação telefônica de 90 minutos, Biden advertiu contra mal-entendidos que poderiam levar ao confronto entre Washington e Pequim, informou a Casa Branca. Enquanto isso, Xi chamou para uma comunicação mais estreita, em um relacionamento cercado por "sérias dificuldades". A mensagem do presidente americano foi que os Estados Unidos querem garantir não vir a ter "nenhuma situação no futuro em que nos desviemos para um conflito não intencional", conforme uma personalidade oficial da administração Biden. Em Pequim, a emissora estatal CCTV relatou, por sua vez, que a conversa foi "sincera e profunda", com Xi observando as "sérias dificuldades" causadas pela recente política dos EUA a respeito da China, como disputas entre os países sobre o comércio, a tecnologia, os direitos humanos e as origens do coronavírus. "Se a China e os EUA puderem lidar adequadamente com suas relações... é fundamental para o futuro e destino do mundo", informou a emissora, citando Xi. A Casa Branca assinalou que o impasse diplomático é insustentável e potencialmente perigoso, exigindo a intervenção dos líderes. Conforme ela, os lados discutiram "áreas onde nossos interesses convergem e áreas onde nossos interesses, valores e perspectivas divergem". "Nosso objetivo é verdadeiramente alcançar uma situação estável entre os Estados Unidos e a China", acrescentou a personalidade oficial.
Presidente Joe Biden fala sobre o plano para parar a disseminação da variante Delta e sobre o reforço da vacinação contra a COVID-19, Casa Branca, Washington, 9 de setembro de 2021
© AFP 2023 / Brendan Smialowski
Primeiro voo comercial partiu de Cabul
Presumivelmente 200 estrangeiros, incluindo americanos, deixaram o Afeganistão em um voo comercial de Cabul nesta quinta-feira (9) com a cooperação do Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países). Esta foi a primeira partida de larga escala desde que as forças americanas completaram sua retirada do país há mais de uma semana. O voo da Qatar Airways para Doha marcou um avanço na coordenação conturbada entre os EUA e as novas autoridades do Afeganistão. Um impasse de vários dias nos voos comerciais deixou centenas de afegãos e estrangeiros retidos no aeroporto, à espera de autorização dos Talibã para sair. Uma personalidade oficial dos EUA contou sob anonimato que o chanceler do Talibã e o vice-premiê ajudaram a facilitar o voo. A bordo estavam americanos, alemães, húngaros e canadenses, conforme a fonte. Por sua vez, o enviado do Catar, Mutlaq bin Majed al-Qahtani, disse que outros 200 passageiros deixarão ainda hoje (10) o Afeganistão. O jornal The New York Times classificou o primeiro voo comercial do Afeganistão controlado pelos talibãs "um passo positivo em meio aos sinais preocupantes". Alguns analistas sugerem que a partida internacional de Cabul pode ser um sinal de que o Talibã tem de verdade a intenção de restaurar os laços com o resto do mundo.
Passageiros desembarcam do avião proveniente de Cabul em Doha, Qatar, 9 de setembro de 2021
© REUTERS / Nooman Ben Amor
Exercícios Zapad entre Rússia e Belarus começam, OTAN observa
Os exercícios de larga escala Zapad 2021 Rússia-Belarus, que envolvem cerca de 200.000 militares, mais de 80 aeronaves e mais de 760 peças de equipamento militar, começam hoje (10), com a OTAN e nações vizinhas monitorando por perto. Os exercícios serão realizados em nove campos de treinamento na Rússia e cinco em Belarus até 16 de setembro, sob a liderança dos chefes do Estado-Maior das Forças Armadas de ambos os países. Além dos soldados russos e belarrussos, nas manobras vão participar tropas da Armênia, Índia, Cazaquistão, Quirguistão, Mongólia, Paquistão e Sri Lanka. De acordo com o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, o treinamento envolverá o uso extensivo da aviação militar: "Os aeródromos, heliportos e aeronaves a serem utilizados nos exercícios devem estar em total conformidade com os requisitos de segurança", ressaltou. As manobras estão chamando a atenção dos aliados da OTAN no Báltico e no Leste Europeu. O presidente da Polônia, Andrzej Duda, assinou recentemente um decreto que introduz o estado de emergência em certas partes do país. O decreto foi ocasionado não só pelo afluxo de imigrantes na fronteira com a Belarus, mas também pelos exercícios Rússia-Belarus.
Soldado do Quirguistão dispara sistema de defesa aérea portátil durante exercícios militares dos países-membros da OTSC, no campo de treinamento de Edelweiss, a sul de Bishkek, 9 de setembro de 2021
© AP Photo / Vladimir Voronin
Talibã expulsa milhares de pessoas de Panjshir, efetuando limpeza étnica, diz resistência
Enquanto o movimento islamista está se esforçando para construir o novo sistema político no Afeganistão, a Frente de Resistência, no norte do país, continua a luta no vale de Panjshir. O porta-voz da Frente, Ali Nazary, exortou a comunidade internacional a acabar com os crimes de guerra na nação centro-asiática. Na sua conta no Twitter, o porta-voz escreveu sobre a limpeza étnica que está sendo realizada em Panjshir pelo Talibã. "O Talibã expulsou milhares de pessoas de Panjshir. Eles [os talibãs] estão cometendo limpeza étnica, enquanto o mundo ainda está observando e ignorando a situação", constatou. Panjshir permanece a única província não controlada pelos talibãs. Na região, situada a nordeste de Cabul, se concentram todas as forças de resistência, sob o comando de Ahmad Massoud. Quer os talibãs, quer os membros da Frente de Resistência informam ter alcançado sucessos na luta. Os primeiros anunciaram já várias vezes ter tomado a região rebelde, mas as forças no vale de Panjshir refutam tais informações.